
O QUE VI DE CLARICE: A AUTOSCOPIA DE UMA LICENCIANDA EM LETRAS
Author(s) -
Sheila Cordeiro de Macedo
Publication year - 2022
Publication title -
anais do i congresso brasileiro on-line de ensino, pesquisa e extensão
Language(s) - Portuguese
Resource type - Conference proceedings
DOI - 10.51189/ensipex/85
Subject(s) - humanities , art
Introdução: Em 2021 comemora-se o centenário de Clarice Lispector, como forma de reconhecimento à autora. O evento ocorreu no Instituto Moreira Salles, em SP e foi denominado ‘Constelação Clarice’. A autora nasceu na Ucrânia, naturalizou-se brasileira, se consagrando como escritora modernista. Sua obra é marcada por uma linguagem intimista, permeada por narrativas cotidianas e marcantes epifanias. Objetivo: Esta pesquisa teve por objetivo principal trazer o ponto de vista de uma leitora sobre a exposição. Para além da leitura, assumem-se as percepções de uma licencianda em Letras, cursando o quarto período. Assim, neste trabalho, busca-se identificar por meio da autoscopia, indícios dos tipos de reflexão. Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, hibridizada com traços de estudo de caso. Resultados: Como resultados, à priori, foi feita uma descrição da exposição. “Viver é sempre uma questão de vida e morte, daí a solenidade”. A frase do romance “Paixão segundo G.H.” abre a exposição. Ou seja, um espaço de educação não formal convencional, enriquecido cenograficamente com objetos pessoais, obras e as principais produções da homenageada. À medida que se explicitava sua obra, outras artistas comungavam, expressando-se por meio de estruturas plásticas e concretas, o que reduziu o grau de abstração. Entretanto, revisitando-se os objetivos gerais do presente estudo, busca-se valorizar, para além do material sincrético, as conotações. Clarice foi uma mulher produtiva, sempre acompanhada de uma máquina de datilografia. Desde o primeiro momento da exposição, na vitrine com manuscritos, percebia-se a presença dos ‘rabiscos e rascunhos’, que traziam à tona a sensibilidade, dimensão e profundidade da autora. Embora Clarice fosse uma mulher comum, conseguia, em meio aos seus afazeres, extrair das mais inusitadas situações rotineiras, lições de vida, com complexidade em sua escrita. Ela não marcou apenas o seu tempo. Conclusão: Conclui-se que, o centenário, da perspectiva de uma letranda, traz à luz a relevância, contextualização e protagonismo de uma mulher que vê em outras mulheres, um espaço para além da maternidade e cuidados domésticos. Ela faz o ‘chamamento’ de que todas devem falar, de que todas devem ‘ser’.