
CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL NA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: AVANÇOS, IMPASSES E DESAFIOS
Author(s) -
Matheus de Souza Santana
Publication year - 2022
Publication title -
anais do i congresso brasileiro on-line de ensino, pesquisa e extensão
Language(s) - Portuguese
Resource type - Conference proceedings
DOI - 10.51161/ensipex/43
Subject(s) - humanities , philosophy
Introdução: O presente artigo discute os Cuidados em Saúde Mental na Rede de Atenção Psicossocial, considerando sua trajetória com olhar crítico sobre atuação na atualidade, enfocando avanças obtidos, os impasses sobre a funcionalidade e efetividade dos serviços de atenção à saúde mental, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e os desafios encontrados na práxis. Objetivo: O objetivo geral deste ensaio é descrever de forma contextualizada sobre cuidados em saúde mental no Brasil desde a reforma sanitária até os dias atuais. Material e métodos: Trata-se de ensaio descritivo com abordagem quantitativa, com critérios de inclusão e exclusão artigos que tratam de cuidados em saúde mental e atenção psicossocial que abordem a reforma psiquiátrica até organização dos serviços atualmente com publicação entre 2011/2016. Sendo realizado o recorte de quatro artigos dentro dos critérios adotados. Resultados: É possível descrever que há uma evolução significativa, no tratamento às pessoas com transtornos mentais, que passaram a contar com a possibilidade de cuidado humanizado, objetivando integrálas a sociedade, garantindo-lhes autonomia desprovida no modelo manicomial excludente, abrangendo também os usuários de crack, álcool e outras drogas. Entende-se que um dos grandes impasses na RAPS nos dias atuais, se dá pela valorização à centralidade no médico, sustentando e fortalecendo, a utilização do modelo biomédico, priorizando as intervenções farmacológicas, podendo contribuir ao menosprezo de elementos como a história de vida e o significado do sofrimento humano. Isso pode contribuir significativamente na representação social do Hospital Psiquiátrico como recurso terapêutico supereminente, podendo fornecer uma impressão de insuficiência no modelo atual de cuidados em saúde mental. Dado o exposto, compreende-se que tal postura, pode estimular inconscientemente novas institucionalizações, levando em consideração a acomodação para os profissionais de saúde na contenção dos sintomas em situações de crise, como era no modelo manicomial. Logo, percebe-se o desafio da RAPS, de fortalecer intervenções, com foco na assistência multiprofissional na lógica interdisciplinar, descentralizando os profissionais médicos de uma lógica detentora do poder, ampliando possibilidades de intervenções, em situação de crise e evitar novas institucionalizações.