ANTÍGENOS DE MYCOBACTERIUM LEPRAE PARA USO IMUNODIAGNÓSTICO E IMUNOPROFILÁTICO

Introdução: A hanseníase prevalente em 145 países em desenvolvimento é reputada como uma endemia de alta prioridade pela Organização Mundial de Saúde. É uma doença tropical negligenciada, infectocontagiosa, que evolui lentamente, que tem como agente etiológico Mycobacterium leprae. A inviabilidade de se cultivar M. leprae em meios de cultura dificulta a obtenção de antígenos brutos. A biologia molecular faz-se valiosa para obter proteínas recombinantes, viabilizando a obtenção de antígenos. Objetivo: Verificar os antigênicos de M. leprae descritos na atualidade com utilidade no imunodiagnóstico e na imunoprofilaxia. Material e métodos: O presente trabalho consiste em uma pesquisa descritiva qualitativa. Adotou-se a revisão de literatura sobre a temática, utilizando os termos "M. leprae", "hanseníase", "antígenos", "imunodiagnóstico", para levantamento de artigos e trabalhos científicos. As bases de dados utilizadas foram LILACS, MEDLINE e SciELO. Adotou-se um recorte temporal entre 2010 a 2022, devido aos poucos trabalhos observados nos últimos anos. Obteve-se um total de 10 trabalhos. Resultados: O antígeno glicolipídeo-fenólico1 (PGL-1), apresenta-se de forma abundante na superfície do M. leprae, sendo que altos títulos de anticorpos estão presentes na forma lepromatoso da hanseníase. A quantificação de anticorpos anti-PGL-1, por meio de ensaio imunoenzimático, é útil na avaliação da resposta terapêutica, uma vez que há correlação positiva entre os níveis de anti-PGL-1 e o índice baciloscópico. A Leprosy IDR-1 (LID-1), uma proteína quimérica obtida de pela combinação de duas proteínas recombinantes codificadas pelos genes ML0405 e ML2331, é capaz de gerar títulos consideráveis de anticorpos em pacientes multibacilares. Além dos antígenos individuais e quiméricos de M. lepra, antígenos recombinantes de M. tuberculosis, tais como ID83 e ID39, tem apresentado reatividade com amostras de pacientes com hanseníase. Os antígenos obtidos através de biologia molecular são uteis em estudos que avaliam a resposta imune em pacientes portadores de hanseníase, assim como na caracterização potenciais de epítopos que sejam proveitosos para uso imunodiagnóstico, imunoprofilatico e imunoterápico. Conclusão: As proteínas recombinantes apresentamse como futuro no diagnóstico e profilaxia da hanseníase, viabilizando as pesquisas de antígenos eficazes, tanto para desenvolvimento de ferramentas diagnósticas, quanto com um propósito vacinal.