DOENÇAS PARASITÁRIAS HELMÍNTICAS E SUAS RELAÇÕES ZOONÓTICAS COM OS SERES HUMANOS DURANTE O QUATERNÁRIO: UMA REVISÃO.

Introdução: As zoonoses provenientes de helmintos parasitos estão presentes na população desde os tempos antigos. Há vários estudos de parasitos que foram observados em populações antigas o que contribui para um melhor entendimento dos parasitismos na atualidade. O presente estudo focou nos parasitos helmintos e na análise de coprólitos, que são materiais de origem fecal que possuem contexto paleontológicoou arqueológico. O estudo de zoonoses do passado é parte importante no processo de entendimento da origem, evolução e desenvolvimento histórico das relações entre animais e seres humanos. Objetivos: Realizar um levantamento bibliográfico de trabalhos publicados a partir do ano de 2009 até 2020 em que haja a associação entre as civilizações antigas, os coprólitos, os helmintos parasitas intestinais e as zoonoses. Material e métodos: A seleção do material abrangeu tanto trabalhos que utilizaram coprólitos de origem animal quanto de origem humana, respeitando o contexto zoonótico. Buscou-se encontrar as espécies de helmintos parasitas zoonóticos e ascausas pelas quais estas zoonoses se estabeleceram na população. As buscas dos trabalhos foram feitas nos portais "Google Acadêmico", "Periódicos da CAPES", "PubMed" e "Scielo", durante o período de março de 2020 até outubro de 2020. Após as buscas, os resultados encontrados foram comparados com um trabalho realizado em 2009 por outros autores. Resultados: Os achados foram divididos por continentes, Américas, Europa e Ásia, de acordo com os parasitos encontrados. As Américas apresentaram o maior número de estudos dentro do intervalo de tempo proposto, seguido da Ásia com três e da Europa com um estudo. O grupo de helmintos parasitos que mais apareceu nesta revisão foi o dos capilarídeos, seguido dos gêneros Calodium sp. e Diphyllobothium sp. Os principais motivos encontrados que mostram o porquê as zoonoses se estabeleceram na população foram a domesticação de animais e o estilo de vida caçador coletor e agricultor, que era predominante na população. Conclusão: Espera-se que trabalhos como este abram portas para que mais pesquisadores se interessem pelo tema e para que as doenças helmínticas negligenciadas tenham sua devida importância no mundo atual.