
RESISTÊNCIA DE HELMINTOS AOS BENZIMIDAZÓLICOS: UMAREVISÃO DE LITERATURA.
Author(s) -
Éverton Chaves Correia Filho,
Lia Camurça Costa
Publication year - 2022
Language(s) - Portuguese
Resource type - Conference proceedings
DOI - 10.51161/conbrapah/32
Subject(s) - microbiology and biotechnology , humanities , philosophy , biology
Introdução: Em 2010, registrou-se cerca de 1 bilhão de casos de doenças causadas por helmintos no mundo. Diante disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugeriu a quimioprofilaxia periódica como tratamento preventivo de verminoses. A principal classe medicamentosa utilizada são os anti-helmínticos benzimidazólicos, que se mostraram eficazes no tratamento de verminoses, mas com potencial limitado em algunscasos. Logo, surgiu a hipótese de que uma exposição prolongada a tais drogas seria capaz de selecionar helmintos mais resistentes. Objetivos: 1) Compreender o mecanismo de ação dos benzimidazólicos; 2) Investigar a presença de resistência à medicação. Material e métodos: O presente estudo é uma revisão de literatura realizadamediante a busca pelos descritores “drugs resistance”, “helminths” e “benzimidazole”, na base de dados PubMed. Foram encontrados 439 artigos, dos quais 9, realizados entre os anos de 2010 a 2022, foram selecionados. Resultados: Estudos demonstram que benzimidazólicos agem na ligação à proteína β-tubulina, subunidade de microtúbulos, estruturas responsáveis pela homeostase celular. Dessa forma, estes sofrem encurtamento, resultando na morte celular do parasita. Todavia, após a descoberta de resistência à medicação em animais, questionou-se a presença de helmintos resistentes adrogas em humanos. Pesquisas feitas através de qPCR comprovaram a influência de fatores genéticos e ambientais na resistência parasitária. Com isso, foi identificado um polimorfismo de nucleotídeo único, nos códons 167, 198 e 200 do gene da β-tubulina, responsáveis por alterações celulares, impedindo a associação de benzimidazólicos ao sítio de ligação desta proteína. Ademais, o número de helmintos de vida livre, sensíveis à medicação, diminui a cada administração errônea de drogas, dosagens em curto período de tempo, e ao clima quente e seco, selecionando parasitas resistentes. Estudos brasileiros e australianos mostraram que A. lumbricoides, N. americanus e T. trichiura são os helmintos com maior prevalência de cepas resistentes. Entretanto, os benzimidazólicos conseguiram eliminar a maioria desses vermes. Conclusão: Comprovou se a existência de helmintos resistentes aos benzimidazólicos. Contudo, a prevalência dos mesmos ainda é baixa, sendo uma preocupação de saúde pública para os próximos anos, visto que o número de cepas resistentes aumenta com a administração errada de drogas e com mutações genéticas dos próprios parasitas.