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O EFEITO DA DENSIDADE DE NINHOS, COR DOS OVOS E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO NA PREDAÇÃO DE NINHOS NO CERRADO
Author(s) -
Ivan Rodrigues de Aguiar,
Raphael Igor Dias
Publication year - 2018
Publication title -
programa de iniciação científica - pic/uniceub
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2595-4563
DOI - 10.5102/pic.n3.2017.5860
Subject(s) - biology
A predação de ninhos é um evento ecológico que afeta diretamente o sucesso reprodutivo das aves. Dessa forma, durante a época reprodutiva, os progenitores investem em estratégias para maximizar o sucesso. Fatores como estrutura da vegetação, disponibilidade de recursos, tipo de substrato e abundância de predadores são avaliados na escolha do sítio de nidificação, aumentando assim a chance de sobrevivência do ninho. O objetivo do presente trabalho foi avaliar se a densidade de ninhos (maior ou menor), a coloração dos ovos (críptica ou conspícua) e a estrutura da vegetação (áreas campestres ou florestais) influenciam a taxa de predação de ninhos. Espera-se que os ninhos agregados em menor densidade, compostos por ovos de coloração críptica e localizados em áreas florestais apresentem taxas menores de predação. Ninhos artificiais foram posicionados em 64 transectos de 50 m de comprimento. Os ninhos foram dispostos no início (0 m), no meio (25 m) e no final (50 m) do transecto. Para simular o efeito de baixa densidade, foi alocado apenas um ninho por posição no transecto. Para o efeito de alta densidade foi utilizado um conjunto de três ninhos por posição no transecto, dispostos a uma distância de 5 m entre si. Cada ninho continha dois ovos, sendo um de codorna e outro de plasticina. Para investigar o efeito da coloração, os ovos foram pintados com tinta atóxica da cor marrom (críptica) e branca (conspícua). A altura dos ninhos foi padronizada em aproximadamente 1,5m. Todos os ninhos tiveram o mesmo tempo de exposição (7 dias). Nas análises, foi utilizado um modelo linear generalizado misto da família binomial, onde a situação final do ninho (predado ou não predado) foi a variável resposta e a densidade de ninhos, a coloração dos ovos e a estrutura da vegetação foram usadas como variáveis explicativas. A identificação do transecto foi usada como variável aleatória. Foram realizados testes de razão de verossimilhança para avaliar a influência de cada variável explicativa na probabilidade de predação de ninhos. Os ninhos distribuídos em áreas campestres, com coloração conspícua e em maior densidade demonstraram uma taxa superior de predação. Uma maior predação em áreas campestres pode ser explicada pelo dossel reduzido e, consequentemente, pela menor cobertura vegetal. Essa cobertura atua como obstáculo à detecção dos ninhos por predadores aéreos visualmente orientados como as aves, que são tidas como os principais predadores de ninhos no Cerrado. O agrupamento de ninhos no habitat pode facilitar a localização dos mesmos por predadores, pois eles podem investir em buscas adicionais em áreas próximas a ninhos encontrados. Esse comportamento adaptativo de forrageio pode aumentar os riscos de predação nas áreas de agregação. Por fim, a maior predação de ovos conspícuos pode estar associada a uma maior detectabilidade por predadores, principalmente os que possuem hábitos diurnos

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