
EXPRESSÃO VIA INTERVENÇÕES VISUAIS URBANAS, PROCESSOS SÓCIOCULTURAIS E MORFOLOGIA URBANA
Author(s) -
Juliana Leal Alvim,
Laura Rodrigues Furtado,
Úrsula Betina Diesel
Publication year - 2018
Publication title -
programa de iniciação científica - pic/uniceub
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2595-4563
DOI - 10.5102/pic.n3.2017.5789
Subject(s) - humanities , art
A arte de rua ou intervenções visuais urbanas são registros visuais que propiciamreatividade e ocorrem no espaço público. Poderiam então determinar um modo decomunicação? Fizemos deste estudo nosso objetivo e a partir dessa percepçãopartirmos da hipótese de intervenções visuais urbanas serem estruturantes nocontexto de cidade e senso de pertencimento de seus cidadãos, inseridas comovivência urbana. Pois permitem a (re)construção, ocupação e identificação com olugar. Para isso analisamos três grandes capitais brasileiras: Brasília – capitalnacional, Rio de Janeiro e São Paulo, nossas maiores metrópoles e as cidades maispopulosas do Brasil segundo o IBGE. Consideramos suas diferentes funções,população, história, morfologia e intervenções. O estudo bibliográfico, a vivênciapelo espaço e o registro fotográfico se fizeram essenciais para a compreensão dotema e configuraram nossa metodologia. No entanto, também quisemos entregar umproduto final para aquilo e aqueles que foram nossos objetos de estudo. Produzimosentão mais de 100 azulejos de 10x10cm, pintados com diferentes desenhos, massempre com a “#aruafala”. Junto a alunos, em sua maioria de Comunicação Socialde ensino superior, realizamos 2 oficinas de confecção de azulejos. Criamos oInstagram “@a.rua.fala” para divulgação de fotos e vídeos, interação com os alunose demais cidadãos, e para fomentar o debate sobre questões urbanas. Depois,colamos tais azulejos em espaços públicos das três cidades mencionadas, em maisde 5 bairros com distintas morfologias em cada uma delas. Observamos acoexistência de pessoas nas ruas, a forma como se apropriavam do ambienteurbano, os modais existentes, a presença ou ausência de mobiliário urbano, dentreoutros parâmetros. Fotografamos tais espaços e sua utilização pelo pedestre, bemcomo os azulejos colados e seu contexto. Editamos as imagens e as relacionamoscom as bibliografias analisadas. E concluímos que a arquitetura proporcionainteração direta com o usuário (e vice-versa), num processo de construção mútua,principalmente quando se trata do espaço urbano e coletivo. A arquitetura não é umfim em si mesma, vem para prestar um serviço à sociedade, independente deestereótipos e de quem seja. Mais ainda, ela articula a pessoa ao espaço - àestrutura física e à imaterial. É ponte, pois estabelece conexão e age comofacilitadora de relações. Ora, seria ela então uma forma de arte? Também! Assim, aarte de rua e a cidade se fundem. E enquanto a norma padrão é cada um cuida doseu espaço, as intervenções vêm com esse caráter transgressor, são disruptivas edão às pessoas espaço de fala. Cria-se então uma ambientação para o palco davida urbana acontecer com potencial de transformar e ressignificar a cidade