
Prevalência de transtornos mentais menores e caracterização de perfil epidemiológico entre estudantes de medicina: uma amostra de Brasília – DF
Author(s) -
Tamires Martinelli de Oliveira Ferraz,
Gabriella Melo Ximenes Damásio,
Alberto Vilar Trindade
Publication year - 2022
Publication title -
programa de iniciação científica - pic/uniceub
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2595-4563
DOI - 10.5102/pic.n0.2020.8327
Subject(s) - humanities , medicine , philosophy
Transtornos mentais menores (TMM) representam os quadros menos graves e maisfrequentes de transtornos psiquiátricos na população, comumente associados a sintomas demal-estar e/ou de incapacidade. Este estudo tem como objetivo estimar a prevalência deTMM entre estudantes de graduação em Medicina do Centro Universitário de Brasília(UniCEUB), descrever e caracterizar o perfil epidemiológico dessa população para análise eplanejamento de ações específicas, correlacionando essa prevalência com os possíveis fatoresde risco. Trata-se de um estudo descritivo, correlacional e de corte transversal, desenvolvidocom 170 universitários matriculados na graduação em Medicina UniCEUB. A seleção dosparticipantes foi realizada por meio do envio do questionário por redes sociais, com adesãovoluntária e anônima. Para a participação no estudo, foi apresentado o Termo deConsentimento Livre e Esclarecido. Os critérios de elegibilidade para participação foram:identidade de gênero feminina ou masculina; idade de 18 a 38 anos; cursar os ciclos básico,clínico ou de internato. Para estimar a prevalência de transtornos foi utilizado o Brief SymptomInventory (BSI) e criada uma plataforma online, intitulada “Inventário de conhecimento,atitudes e práticas de risco e prevalência de transtornos psicológicos e do comportamentoentre universitários”. Foram realizados 3 tipos de análises: análise de correlações, utilizando ocoeficiente V de Cramer; teste qui-quadrado de independência e análise de regressão linearmúltipla. A amostra foi composta por 73,53% (n=125) participantes do sexo feminino e 26,47%(n=45) masculino, sendo que 85,29% (n=145) têm entre 18 e 24 anos, 11,76% (n=20) têm entre25 e 30 anos, 2,94% (n=5) têm mais de 30 anos de idade. Em relação aos eixos de educaçãona graduação em Medicina, 35,29% (n=60) estão no ciclo básico, 44,12% (n=75) no clínico e20,59% (n=35) no internato. Ao investigar o funcionamento cognitivo, emocional e social daamostra participante do estudo, com a utilização do instrumento de testagem e avaliaçãopsicológica BSI, foi evidenciado que 51,2% (n=87) classificam-se como casos suspeitos deTMM. Destes 21,18% (n=36) possuem traço de Somatização; 13,56% (n=23) têmComportamento Obsessivo-Compulsivo; 43,53% (n=74) estão com Sensibilidade Interpessoal;21,18% (n=36) possuem sintomas relativos à Depressão e 39,41% (n=67) de Ansiedade; 9,41%(n=16) têm Comportamento Hostil; 10,59% (n=18) estão num nível de Ansiedade Fóbica;6,47% (n=11) em Ideação Paranóide e 34,12% (n=58) com alto índice de Psicoticismo. O estudoevidenciou a importância em se investigar o bem-estar psicológico dos universitários, queestão em vulnerabilidade, com a prevalência de transtornos mentais menores estimada acimada população geral, evidenciando maior susceptibilidade no gênero feminino. Estas sãoimportantes observações, considerando que o sofrimento psicológico pode ter implicaçõesconsideráveis nos processos de ensino-aprendizagem e consequentemente nodesenvolvimento do futuro profissional de saúde. Dessa forma, a graduação em Medicinaassume um papel de agente catalisador de aspecto desencadeador nos casos de adoecimento.Sendo assim, é necessário a construção de ações integradas de prevenção e tratamento dosuniversitários, além de estudos longitudinais para identificar outros possíveis impactos na vidapessoal e na formação da prática clínica na construção da carreira profissional.