
O provincianismo temporal e seus opositores: de T.S. Eliot a Antônio Cícero
Author(s) -
Alexander Rezende Luz
Publication year - 2014
Publication title -
revista de humanidades
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2318-0714
pISSN - 1414-042X
DOI - 10.5020/23180714.2014.29.1.39-49
Subject(s) - humanities , art
Durante séculos, o antigo, o tradicional, foi visto como superior ao novo na literatura. A popularidade da imitação de modelos antigos foi se enfraquecendo gradativamente, principalmente a partir do romantismo. No século XX, o novo passou a ser hegemônico, e tudo relacionado ao passado passou a ser frequentemente associado ao que é inferior. O contemporâneo é considerado como sendo cada vez mais autossuficiente. T. S. Eliot batizou essa tendência de “provincianismo temporal”, termo esse, que é retomado no século XXI pelo filósofo e escritor brasileiro Antônio Cícero. Eliot e Cícero testemunham, respectivamente, dois momentos históricos em que a supervalorização do presente agravou-se: o modernismo e a era da informação. Em resposta a essa crise, ambos os autores, propõem a conciliação entre a tradição e o novo, entre o passado e o presente. Nesse contexto, o ensino de literatura nãocontemporânea tem a função crucial de colaborar com a construção de pontes que nos ajudem a não permanecer ilhados no presente.