
“Quem nunca teve origem não volta”: o direito da autodeclaração e seus impasses no acesso às vagas para indígenas no Ensino Superior
Author(s) -
Ana Caroline Amorim Oliveira
Publication year - 2020
Publication title -
ilha
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2175-8034
pISSN - 1517-395X
DOI - 10.5007/2175-8034.2020v22n1p7
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
O objetivo do presente artigo consiste em realizar uma reflexão sobre o critério da autodeclaração, presente na Lei de Cotas 12.711/2012, para a ocupação de vagas pelos povos indígenas no ensino superior público e os debates que tal critério gera acerca da indianidade. O critério de autodeclaração produziu um debate acerca da indianidade não pelos ameríndios, mas sim para as instituições universitárias que se veem diante do imperativo de ter que lidar com a indianidade nas suas burocracias. Tomo como campo empírico a construção de comissões para garantir as vagas para indígenas na Universidade Federal do Maranhão(UFMA) sob pressão das lideranças indígenas, em especial, do povo Tenetehara/Guajajara. Nesse embate em torno da garantia da ocupação das vagas por indígenas o idioma da guerra reaparece entre os tenetehara para continuar em sua rexistência em relação à tentativa constante de desindianização por parte da sociedade brasileira(Viveiros de Castro, 2017).