
Gestação, parto e pós-parto entre os Munduruku do Amazonas: confrontos e articulações entre o modelo médico hegemônico e práticas indígenas de autoatenção
Author(s) -
Raquel Paiva Dias-Scopel,
Daniel Scopel,
Esther Jean Langdon
Publication year - 2017
Publication title -
ilha
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2175-8034
pISSN - 1517-395X
DOI - 10.5007/2175-8034.2017v19n1p183
Subject(s) - humanities , sociology , art
Este artigo é sobre gestação, parto e pós-parto entre Índios Munduruku, da TI Kwatá-Laranjal, Amazonas, Brasil. A partir de pesquisa etnográfica no contexto atual de pluralismo médico, a pesquisa evidencia algumas articulações e confrontos entre saberes indígenas e o modelo médico hegemônico observado nas: percepções sobre a saúde do feto, mulher e família; escolhas dos locais para realizar os partos; intensidades das práticas de reclusão no puerpério; possibilidades de realizar dietas tradicionalmente prescritas; procuras ou imposições do parto hospitalar, cesáreas e esterilizações feminina. Concluímos que o pluralismo médico entre os Munduruku não é um caso simples de imposição das práticas biomédicas, mas uma situação mais complexa e dinâmica de resistências, apropriações, adesões e sustentação ao modelo médico hegemônico.