
Aquisição das vogais nasais francesas [ɛ̃], [ã] e [ɔ̃] por aprendizes brasileiros: aspectos articulatórios
Author(s) -
Bruna Teixeira Correa,
Giovana Ferreira Gonçalves
Publication year - 2017
Publication title -
ilha do desterro
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.223
H-Index - 6
eISSN - 2175-8026
pISSN - 0101-4846
DOI - 10.5007/2175-8026.2017v70n3p131
Subject(s) - nasal vowel , formant , brazilian portuguese , portuguese , phrase , linguistics , nasality , psychology , humanities , art , vowel , philosophy
Este trabalho se propõe a investigar a aquisição das vogais nasais [ɛ̃], [ã] e [ɔ̃] da Língua Francesa por aprendizes do curso de licenciatura em Letras Português/Francês. Em termos articulatórios, essa classe de segmentos caracteriza-se pelo abaixamento do véu palatino, o que gera o acoplamento dos tubos nasal e oral (SEARA, 2000; DEMOLIN e MEDEIROS, 2006; BARBOSA e MADUREIRA, 2015) e, consequentemente, por aspectos acústicos diferentes daqueles encontrados nas vogais orais. Com a passagem livre do ar no trato nasal, o primeiro formante (F1) tende a abaixar e o terceiro (F3) a aumentar (HAWKINS e STEVENS, 1985; DELVAUX, 2001). Há também uma modificação na amplitude de picos espectrais – menor para as nasais –, aparecimento de picos espectrais adicionais e uma maior duração para os referidos segmentos (MORAES e WETZELS, 1992; SOUSA, 1994). Para desenvolver essa pesquisa, foram realizadas coletas de dados articulatórios com três grupos de informantes: Grupo I - dois aprendizes de FLE de semestres distintos (2º e 8º) do curso de licenciatura; Grupo II - uma nativa de francês; e Grupo III - uma nativa de português brasileiro. O instrumento de coleta articulatória consistiu em um teste de produção de logatomas em frase-veículo. As coletas foram realizadas na cabine acústica do Laboratório Emergência da Linguagem Oral (LELO/UFPel). Para a coleta e análise dos dados articulatórios, foi utilizado o software Articulate Assistant Advanced (AAA), versão 2.16.11. A análise dos segmentos dos dois grupos de nativas constatou que: (i) para diferenciar o segmento nasal do oral, a nativa do francês posterioriza seus movimentos de língua, já a do português, eleva-os. Quanto aos dados das aprendizes, foi possível constatar: (i) generalização dos gestos de língua da informante do 2º semestre para as três vogais nasais do FR e (ii) distinção vocálica acurada da informante do 8º. Ainda, a ultrassonografia demonstrou ser uma ferramenta promissora para a realização de pesquisas acerca da nasalidade, evidenciando diferenças estatísticas significativas nos movimentos de língua entre os segmentos orais e nasais