Bandung, 1955: ponto de encontro global

O artigo aplica métodos e conceitos da história global e transnacional para pensar a Conferência Afro-Asiática de Bandung, realizada na Indonésia, em 1955, como um caso emblemático das relações globais que estiveram por trás da apropriação e da significação de denominações como Terceiro Mundo e movimento afro-asiático. Aposta-se na potencialidade desse evento para a construção de narrativas conectadas. Disputas pelo lugar de liderança, participações externas ao grupo oficialmente representado, assim como repercussões e intenções de inserção do evento em pautas de mobilizações não estatais, como o pan-africanismo, são trabalhadas por meio de fontes produzidas durante o congresso, bem como de artigos da imprensa e de analistas. Conclui-se pela importância de complexificar as análises sobre os participantes da política internacional introduzidos pela Conferência Afro-Asiática, problematizando categorias normalmente aceitas como dominantes para a ação política no período e ampliando a percepção do campo das Relações Internacionais como um todo.