
Tradução e Hermenêutica
Author(s) -
Adriana Almeida Colares
Publication year - 2019
Publication title -
cadernos de tradução
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.1
H-Index - 1
eISSN - 2175-7968
pISSN - 1414-526X
DOI - 10.5007/2175-7968.2019v39n3p472
Subject(s) - philosophy , humanities , george (robot) , epistemology , art , art history
A palavra “hermenêutica” pode fazer referência tanto à prática (em que o tradutor é um intérprete) e, de acordo com a definição de George Steiner e Antoine Berman, quanto à crítica de tradução. O objetivo desse artigo é esclarecer essa definição. De acordo com o que Antoine Berman a apresenta, a hermenêutica em seu sentido clássico legitima as traduções etnocêntricas. Praticada desde a Antiguidade até o Período Medieval, essa visão clássica da hermenêutica (também endossada por filósofos como Paul de Man), sugere que o significado do texto existe além do seu suporte material. De modo inverso, de acordo com George Steiner, a tradução é um “caminho hermenêutico” que deve considerar cada aspecto do texto além das considerações morais, históricas e contextuais. Para se produzir um texto equivalente na língua alvo, a tradução – concebida tanto como prática, como crítica – deve considerar todos os aspectos que fazem um texto único, como prosódia, gramática e estilo. Desse ponto de vista, a hermenêutica se revela como uma poética da tradução.