
Métodos ativos de ensino podem ser entendidos como recursos para o combate à evasão em cursos de graduação em Física? Uma análise das relações entre os fundamentos de métodos ativos e a evasão universitária com base nas ideias de Vincent Tinto
Author(s) -
Kaluti Rossi de Martini Moraes,
Leonardo Albuquerque Heidemann,
Tobias Espinosa
Publication year - 2020
Publication title -
caderno brasileiro de ensino de física
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2175-7941
pISSN - 1677-2334
DOI - 10.5007/2175-7941.2020v37n2p369
Subject(s) - humanities , philosophy , political science
Métodos ativos de ensino têm sido vastamente investigados na literatura da área de Ensino de Ciências. Esses estudos têm demonstrado, entre outras coisas, que atividades que promovem um papel ativo dos estudantes, favorecendo o engajamento nas aulas de Ciências, contribuem para melhores resultados de aprendizagem. Investigações como essas levaram pesquisadores a assumirem a implementação de métodos ativos como estratégia para combater a evasão em cursos universitários. Em alguns casos, admite-se que melhores resultados de aprendizagem colaboram para uma diminuição nos índices de reprovação, culminando em menos estudantes que abandonam a graduação. Esse argumento, amplamente utilizado para defender a implementação de métodos ativos de ensino, ainda que seja pertinente, pode ser enriquecido a fim de melhor dirigir ações didáticas e de pesquisas. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é evidenciar as relações entre a implementação desses métodos e a decisão de persistir ou de evadir de estudantes em cursos superiores, especialmente em cursos de ciências exatas, expondo exemplos particularmente relacionados com o ensino de Física. Para isso, tomamos como referencial a teoria interacionista de Vincent Tinto. Buscamos, fundamentados em resultados da literatura, mostrar como a implementação de métodos ativos de ensino auxilia para melhorar as percepções dos estudantes sobre: i) suas capacidades para suprirem as demandas do curso (crenças de autoeficácia); ii) seu pertencimento como membros de uma comunidade que valoriza suas participações na instituição (senso de pertencimento); e iii) o valor e/ou relevância dos estudos previstos no currículo dos seus cursos (percepção de currículo). Com isso, contribuímos para a área de Ensino de Ciências proporcionando um quadro teórico para o delineamento, a condução e o estudo de ações institucionais focadas no combate à evasão universitária.