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Morrer de pé para não viver de joelhos: o suicídio de Bertoleza em <i>O cortiço</i>, de Aluísio Azevedo
Author(s) -
Emanuel Régis Gomes Gonçalves
Publication year - 2019
Publication title -
anuário de literatura
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2175-7917
pISSN - 1414-5235
DOI - 10.5007/2175-7917.2019v24n1p149
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O presente artigo pretende analisar o suicídio de Bertoleza, constante no livro O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo. Nosso objetivo é mostrar que a autoimolação da personagem em questão, longe de ser um ato extravagante e puramente ficcional dentro da narrativa tradicional brasileira, conjuga-se com as formas de resistência e insubmissão encontradas pelos negros e negras na sociedade brasileira antes da Abolição. Nossa metodologia consistirá, portanto, em utilizar a pesquisa histórica sobre as situações, motivações e crenças que levavam amiúde escravos e escravas em nossas terras a porem fim às próprias vidas para situar com maior clareza a configuração literária que essa prática adquire no livro O cortiço em relação à morte de Bertoleza. Para tanto, utilizamos como referencial teórico as pesquisas históricas de Ferreira (2009) e Mott (1991) sobre o suicídio de escravos e a mulher na luta contra a escravidão, respectivamente, análises psicológicas de Fanon (2008) sobre o racismo e as reflexões contidas no clássico O deus selvagem, de Alvarez (1999), sobre as relações entre a literatura e o suicídio; junto às observações pertinentes de Antonio Candido sobre João Romão e Bertoleza em seu ensaio “De cortiço a cortiço”, presentes no livro O discurso e a cidade (2015).

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