
O lócus enunciativo do sujeito subalterno: fala e emudecimento
Author(s) -
Tayane Rogéria Lino
Publication year - 2015
Publication title -
anuário de literatura
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2175-7917
pISSN - 1414-5235
DOI - 10.5007/2175-7917.2015v20n1p74
Subject(s) - subaltern , silence , sociology , subject (documents) , field (mathematics) , politics , epistemology , subordination (linguistics) , aesthetics , linguistics , political science , philosophy , law , mathematics , library science , computer science , pure mathematics
O artigo busca investigar a fala/silêncio dos sujeitos, tendo como objetivo estabelecer uma discussão em torno do complexo debate acerca do lócus enunciativo do sujeito subalterno na vida social contemporânea, principalmente, no campo científico. Foram tomadas como foco deste trabalho as contribuições da teórica Gayatri Chakravorty Spivak (2010) no texto “Pode o subalterno falar?”, onde a autora afirma que os subalternos são aqueles que não participam, ou participam de modo muito limitado, sendo sujeitos mudos pelo imperialismo cultural e pela violência epistemológica. Não há um consenso sobre o cunho propositivo ou sobre a resignação nas teorizações de Spivak (2010). Inúmeras críticas são feitas ao pensamento da intelectual. Se por um lado alguns vão nomear as proposições de Gayatri como uma teórica que não propõe nenhuma saída da condição de inferiorização dos subalternos. Outros vão pontuar que ela assume uma postura firme e corajosa ao afirmar que a responsabilidade pelo combate à subalternidade é papel dos intelectuais. O ponto central deste ensaio é a busca por estruturas teóricas, textuais, sociais e políticas que possam propiciar a emergência de vozes que foram silenciadas por forças políticas imperialistas. Para tanto contou-se como aporte teórico os Estudos Subalternos sul-asiáticos e Pós-coloniais questionou-se sobre estes novos sujeitos da produção científica e sua enunciação. Esse campo teórico apresentou-se como uma importante contribuição para o campo científico, pois, traz o “outro” para a cena, o não falante, o silenciado, o que sempre ocupou o lugar de sujeito na ciência e, poucas vezes, o de sujeito da ciência