
“Um jeito negro de ser e viver”: (re) inventando a vida no contexto da pandemia da covid-19 – o que dizem as crianças negras e suas mães
Author(s) -
Nanci Helena Rebouças Franco,
Maria Patricia Figueiredo Soares
Publication year - 2020
Publication title -
zero-a-seis
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1980-4512
DOI - 10.5007/1980-4512.2020v22nespp1229
Subject(s) - humanities , covid-19 , sociology , philosophy , medicine , disease , pathology , infectious disease (medical specialty)
O artigo tem como objetivo analisar como a vida das crianças negras de um Centro Municipal de Educação (CMEI) em Salvador - e de suas mães - tem sido (re) inventadas no contexto da pandemia da Covid-19. Para tanto, discute-se o racismo, elemento estruturante da sociedade, documentas legais que amparam as crianças e as infâncias destacando o direito à vida e a educação, fazendo um contraponto com as narrativas dos sujeitos da pesquisa. Do ponto de vista teórico-metodológico é uma abordagem qualitativa de cunho exploratório, respaldada por Rosemberg (1996), Cavalleiro (2003), Dias (2007), Abramovicz (2016), Nunes (2016), Franco; Ferreira (2017), entre outros. Os resultados encontrados apontam que o pertencimento étnico-racial e as condições materiais de existência organizam a vida dos sujeitos da pesquisa. Conclui-se que as crianças negras e suas mães têm um “jeito negro de ser e viver” (MAKOTA VALDINA, 2005), ancorado nos valores civilizatórios afro-brasileiros (TRINDADE, 2010), e que isso impacta na forma como elas (re) inventam a vida, construindo estratégias individuais e/ou coletivas para ser/estar no mundo.