Perfil Epidemiológico do Trauma em uma Unidade de Terapia Intensiva Neopediátrica de um Hospital Geral do sul do Brasil

RESUMO Objetivo Revisar e analisar os dados epidemiológicos dos pacientes vítimas de trauma admitidos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neopediátrica de um hospital geral do sul do Brasil. Metodologia Estudo quantitativo, de caráter transversal, retrospectivo, de cunho observacional, que envolveu a análise de dados dos pacientes vítimas de trauma no período de abril de 1997 a maio de 2011. Foram coletados dados de identifi cação, tipo de convênio, motivo da internação, tempo de permanência na UTI e desfecho. A faixa etária foi dividida em quatro subgrupos: subgrupo I, recém-nascidos (RN); subgrupo II, idade de 29 dias até 2 anos; subgrupo III, idades de 2 a 5 anos; subgrupo IV, maiores do que 5 anos. Resultados De um total de 2.943 admissões na UTIP, 156 (5,3%) foram conseqüências de algum tipo de trauma. A faixa etária predominante foi a dos maiores de 5 anos, com 90 (58%) admissões. O tipo mais comum de trauma foi o traumatismo crânio-encefálico (TCE), com 84 (53,8%) representantes, seguido pelo trauma de extremidades (10,2%) e trauma abdominal (8,9%). Também foi observado 12 (7,7%) admissões na UTI devido a queimaduras, 7 (4,5%) por afogamento, 2 (1,3%) por choque elétrico e 2 por ferimento por arma de fogo (FAF), além de outros (12,2%). A média de dias de internação na UTI foi de 4,33 dias. A mortalidade geral devido a causas traumáticas foi de 7% (11 pacientes). Conclusão Apesar de apenas a minoria das internações (5,3%) na UTI Neopediátrica do HSC ser decorrente a causas traumáticas, grande atenção deve ser dada a essa condição, pois as conseqüências do trauma vão além do elevado custo fi nanceiro, causando distúrbios emocionais, comportamentais e de desenvolvimento infantil.