
Bloqueio anestésico dos nervos occipitais maiores no manejo da migrânea crônica associada a cefaleia secundária a uso excessivo de analgésicos
Author(s) -
Renata Londero,
Carolina Rodrigues Formoso,
Marina Abs da Cruz Rodrigues,
Daniel Teixeira dos Santos
Publication year - 2021
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2178-7468
DOI - 10.48208/headachemed.2021.supplement.43
Subject(s) - gynecology , medicine
Introdução
Migrânea crônica (MC) associada a uso excessivo de analgésicos (MOH) é condição limitante e ainda carente de alternativas de manejo. Bloqueio dos nervos occipitais (ONB) é forma reconhecida de tratamento da migrânea, de custo relativamente baixo, pouco utilizada. Tipo e dose de anestésico, a adição ou não de corticoide e nervos abordados diferem entre estudos, não havendo consenso.
Objetivo
Avaliar prospectivamente a experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre em relação à efetividade do ONB no tratamento da MC associada a MOH.
Material e Métodos
Aprovado pelo CEP-HCPA (CAE 40343519900005327), prospectivo, não controlado, avaliando pacientes com MC-MOH. 80 pacientes foram submetidos a ONB pelo período de 2 anos, a cada 15-90 dias, e avaliados quanto à frequência das dores e do uso de analgésicos (em dias) antes, 1, 6 e 24 meses após o primeiro bloqueio. Utilizamos 1,5 mL de lidocaína 2% para cada occipital maior, sem corticoide. Resultados comparados com o teste t para amostras independentes.
Resultados
88,7% do sexo feminino, idade média 50±14 anos. Usavam profilaxia 81%. Não foram acrescentadas profilaxias durante o estudo. Frequência média de crises (FMC) antes do primeiro bloqueio 25,5±6,9 e número de dias com medicação sintomática (NDMS), 25,7±11,4. Um mês após bloqueio inicial, FMC 8,4±9,2 (p < 0,001) e NDMS 8,5±9,8 (p < 0,001). Após 6 meses, FMC 5,5±7,4 (p < 0,001) e NDMS 6,3 ± 8,4 (p < 0,001). Após 24 meses, FMC 4,3 ± 5,8 (p < 0,001) e NDMS 5,4±8,3 (p < 0,001). Dados reafirmam achados de estudos prévios.
Conclusão
ONB foi efetivo em reduzir FMC e NDMS em em nossa amostra. Estudo controlado seria desejável a fim de avaliar efeito placebo da presente intervenção.