
A força muscular cervical está mais relacionada à severidade dos sintomas de alodinia cutânea do que à frequência das crises de migrânea
Author(s) -
Carina Ferreira Pinheiro,
Lidiane Lima Florêncio,
Anamaria Siriani de Oliveira,
Tenysson Will-Lemos,
Fabíola Dach,
César FernándezdelasPeñas,
Débora BevilaquaGrossi
Publication year - 2020
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2763-6178
DOI - 10.48208/headachemed.2020.supplement.66
Subject(s) - medicine , gynecology
IntroduçãoA disfunção cervical é uma condição frequentemente observada em pacientes com migrânea, e está associada com o risco para a cronificação. A força muscular cervical reduzida é um dos fatores dessa disfunção, e pode estar relacionada com a apresentação clínica da migrânea. O objetivo deste estudo foi verificar a correlação entre as características clínicas da migrânea e a força muscular isométrica cervical.MétodosParticiparam deste estudo 71 mulheres com migrânea (32,8 anos, DP 9,3), diagnosticadas de acordo com a terceira edição da Classificação Internacional de Cefaleias. As características da migrânea avaliadas foram a frequência e intensidade da migrânea, tempo de doença, incapacidade relacionada à migrânea avaliada pelo Migraine Disability Assessment (MIDAS), e a severidade da alodinia cutânea mensurada pelo questionário 12-item Allodynia Symptom Checklist (ASC-12). Para a avaliação da força muscular cervical, as voluntárias foram posicionadas sentadas no equipamento Multi Cervical Rehabilitation Unit, onde foi mensurada a forçamuscular cervical isométrica em flexão, extensão e inclinação bilateral. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética local (12145/2016).ResultadosA correlação entre a força muscular cervical e as características clínicas da migrânea foi avaliada com o coeficiente de correlação de Pearson (p 0,70). Foi observada correlação fraca a moderada entre a severidade da alodinia e a força muscular cervical em flexão (rho= -0,31; p=0,008), extensão (rho= -0,35;p=0,003), inclinação à direita (rho= -0,25; p=0,03) e inclinação à esquerda (rho= -0,39; p= 0,001). Não foi observada correlação significativa entre a força muscular cervical e a frequência da migrânea (rhoFL 0,15; rhoEX 0,15; rhoID 0,21; rhoIE 0,23; p>0,05), intensidade da migrânea (rhoFL 0,10; rhoEX 0,16; rhoID 0,02; rhoIE 0,13; p >0,05), tempo de doença (rhoFL 0,07; rhoEX -0,001: rhoID 0,13; rhoIE 0,01; p>0,05) e incapacidade da migrânea (rhoFL - 0,06; rhoEX -0,23; rhoID -0,09; rhoIE -0,19 ; p>0,05).ConclusãoA força muscular cervical foi negativamente correlacionada com a pontuação do ASC-12, indicando que quanto maior a severidade da alodínia cutânea, menor a força isométrica esperada. Tal resultado sugere que a disfunção musculoesquelética associada à migrânea pode estar relacionada com a sensibilização central destes pacientes.