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Cefaleia persistente diária como primeiro sintoma de Covid-19
Author(s) -
Pedro Igor Lustosa Roriz,
Silvanildo Filho,
Alécio Farias,
Lara Menezes
Publication year - 2020
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2763-6178
DOI - 10.48208/headachemed.2020.supplement.18
Subject(s) - medicine , covid-19 , gynecology , humanities , art , disease , infectious disease (medical specialty)
IntroduçãoEm pacientes com COVID-19, os sintomas neurológicos estão presentes em torno de 35% deles, sendo a cefaleia o mais comum. Esta cefaleia apresenta-se comumente como bilateral e localizada nas regiões frontal e occipital, sintoma característico de doenças de acometimento sistêmico, mas em alguns relatos observamos padrões diferentes.MétodosDescrição de um relato de caso de uma paciente do município de Senhor do Bonfim-BA.ResultadosPaciente do sexo feminino, 22 anos, com história de cefaleia desde os 15 anos de idade, com características migranosas (duração entre 4h a 24h, hemicraniana, pulsátil, forte intensidade, que piora com esforço, associada a náuseas, à fotofobia e à fonofobia) com ma frequência de 1 a 2 dores de cabeça no mês. No dia 07/07/2020, começou a apresentar cefaleia diária, com as características migranosas usuais, associada à mialgia difusa. Após 3 dias, começou a apresentar tosse seca e leve dispneia e, no dia seguinte, evoluiu com diminuição importante do olfato e do paladar. Nesse período, foi realizado RT-PCR para COVID-19, o qual veio positivo para a infecção viral. Apenas com o tratamento sintomático e domiciliar obteve resolução dos sintomas após 10 dias, mas persistiu apresentando cefaleia diária desde então, o que a levou a procurar o ambulatório de neurologia. Ao realizar exame neurológico, não apresentava sinais meníngeos ou qualquer outra alteração. Realizou RNM de encéfalo com contraste e não se evidenciaram achados patológicos. Foi iniciada nortriptilina 10 mg/dia como medicação profilática e foi solicitado “diário da dor” para avaliação do tratamento. Em nova avaliação, após 5 semanas, a paciente relatou melhora importante da intensidade da dor, mas persistiu com cefaleia diária.ConclusãoObservamos que os sintomas neurológicos podem preceder os sintomas respiratórios em infecção por COVID-19. Ainda temos dificuldade para classificar a cefaleia da paciente. Podemos classificar como provável cefaleia persistente diária desde o início, pois não há 03 meses de sintomas registrados. Esse é um diagnóstico possível, já que esse tipo de cefaleia pode estar relacionado a infecções virais, mesmo as características da dor tendendo a fazer pensar em uma cronificação de uma enxaqueca prévia, por apresentar características idênticas.