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A carbamazepina no tratamento de pacientes com neuralgia do trigêmeo: uma revisão sistemática da literatura
Author(s) -
Caio de Almeida Lellis,
Natalia Guisolphi,
Samyla Coutinho Paniago,
Pedro Tertuliano,
Maria Dib,
Vitória Silva,
Ledismar José da Silva
Publication year - 2020
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2178-7468
DOI - 10.48208/headachemed.2020.supplement.17
Subject(s) - carbamazepine , trigeminal neuralgia , medicine , physics , gastroenterology , anesthesia , epilepsy , psychiatry
IntroduçãoDe acordo com a International Association for the Study of Pain, a Neuralgia Trigeminal (NT) é uma condição dolorosa e incapacitante que tem como origem uma ou mais divisões do nervo trigêmeo. Dentre as formas de manejo das síndromes álgicas, muito se tem discutido sobre o papel de psicofármacos como a carbamazepina (CBZ), um anticonvulsivante capaz de diminuir os impulsos nervosos que causam a dor. O objetivo deste estudo é revisar a literatura atual sobre o papel da CBZ como tratamento da NT, analisando sua eficácia no manejo da dor.MetodologiaRealizou-se uma revisão sistemática da literatura nos bancos de dados PubMed e BVS, com os descritores: “Trigeminal Neuralgia AND Carbamazepine” (n=231 artigos). Foram selecionados os ensaios clínicos e metanálises, em inglês, publicados nos últimos 10 anos (n=39 artigos). Foram excluídos os estudos duplicados e aqueles não se enquadravam nos objetivos, restando 12 artigos para compor a revisão.ResultadosOs estudos analisados consideraram a CBZ como um dos padrões atuais de tratamento da NT e, embora se mostre eficaz na redução da dor, está muito associada a efeitos adversos e necessidade de titulação. Nesse sentido, três estudos controlados por placebo apontaram que os pacientes com NT tratados com CBZ (dose máxima tolerada) obtiveram uma boa resposta levando em consideração o grau de alívio de dor na escala visual analógica, no entanto, constatou-se que seu uso contínuo acarreta em uma alta tolerabilidade farmacológica. Também, um estudo randomizado, duplo cego, concluiu que a CBZ obteve melhores resultados no manejo da dor da NT quando comparada com a tizanidina, no entanto, quando comparada com a pimozida, após seis semanas de tratamento, sua eficácia foi considerada relativamente menor. Outro ensaio clínico randomizado concluiu que a eletroacupuntura (EA), com pontos na cabeça, peito e abdômen, administrada uma vez ao dia, apresentou eficácia significativa na redução da dor em 76,7% dos pacientes com NT, mostrando-se superior a administração oral da CBZ que alcançou esse efeito em 63,3% (P<0,01), além disso, a terapia não farmacológica citada mostrou melhores resultados nos quesitos qualidade de vida e tolerânciaConclusãoA CBZ mostrou-se eficaz como tratamento da NT, no entanto, o caráter refratário dessa comorbidade associado aos efeitos adversos desse fármaco apontam para a necessidade de mais estudos acerca de outras opções terapêuticas mais toleráveis, como a EA.

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