
MULHERES, MÃES E PALAVRAS: DUAS LEOAS RUGEM E IMPRIMEM SUAS LETRAS EMPODERADAS NA ESCRITA LITERÁRIA
Author(s) -
Fernanda Fochi Nogueira Insfrán,
Ana Guimarães Corrêa Ramos Muniz
Publication year - 2019
Publication title -
revista trama
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1981-4674
pISSN - 1807-5711
DOI - 10.48075/rt.v15i36.22289
Subject(s) - humanities , art , philosophy
Este artigo pretende apresentar as problematizações oriundas das obras de Carolina Maria de Jesus (Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada) e Manuela D’Ávila (Revolução Laura), a fim de que se promova uma reflexão acerca do lugar da mulher, e principalmente da mulher-mãe, na(s) sociedade(s). Nosso existir resistindo é amplificado por mãos feministas que, assim como Carolina e Manuela, permanecem ecoando gritos de liberdade. A leitura de tais mulheres nos faz convites à reflexão. Encontramos Arruzza, Bhattacharya e Fraser (2019) falando sobre o feminismo que, de fato, precisamos e queremos. Aprendemos com Creenshaw (2002), que cunha a interseccionalidade e traz luz às discriminações sofridas por mulheres de diferentes classes, raças/etnias e culturas, apenas para citar algumas dentre tantas. Djamila Alves Ribeiro (2018) e bell hooks (2013) nos conduzem à realidade triste de ainda coexistirmos com aqueles marcados por falta de empatia e sororidade. Todas essas mãos guiaram as nossas na costura das palavras que, com a tinta da literatura, aqui se imprimem. As palavras das autoras das obras referenciadas ecoam revelando discriminações, ressoam denunciando o discurso de ódio e reverberam anunciando a força potente da mulher que não se cala.REFERÊNCIAS:ARRUZZA, C., BHATTACHARYA, T., FRASER, N. Feminismo para os 99% - um manifesto. 1a ed. São Paulo: Boitempo, 2019.BIROLI, F. Justiça e família. In: MIGUEL, L.F. e BIROLI, F. Feminismo e política. 1a ed. São Paulo: Boitempo, 2014.CRENSHAW, K. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. In: Estudos Feministas. Ano 10, p.171-188, 2002.D’ALTRI, A. Feminismo e marxismo: 40 anos de controvérsias. In: Lutas sociais. n.27. São Paulo, 2o sem 2011.D’ÁVILA, Manuela. Revolução Laura: reflexões sobre maternidade e resistência. Caxias do Sul: Rio Grande do Sul, Belas Letras, 2019.FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.FREIRE, Paulo Freire. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10a. ed. São Paulo: Ática, 2014.LAJOLO, Marisa. A Leitora no Quarto dos Fundos. In: Leitura: Teoria Prática. Ano 14, nº. 25, p.10, jun./1995.MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Carolina Maria de Jesus: emblema do silêncio. In: Revista USP. São Paulo (37): 82 - 91, março/maio, 1998.MOTT, M.L. Maternalismo, políticas públicas e benemerência no Brasil (1930-1945). In: Cad. Pagu, Campinas, n.16, pp.199-234, 2001.RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte (MG): Letramento. 2017. Quem tem medo do feminismo negro? 1a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.ENVIADO EM 10-05-19 | ACEITO EM 08-07-19