Saberes docentes de professores alfabetizadores da rede municipal do Rio de Janeiro: a identidade para ‘si” e para o “outro”

A partir da década de 1990, tornou-se comum e recorrente os estudos que abordam os saberes docentes de professores das mais diferentes modalidades. Esse campo de pesquisa tem no intelectual canadense Maurice Tardif, o seu maior represente e divulgador. A chamada Epistemologia da prática, termo cunhado pelo próprio Tardif para nome o campo de estudos dos saberes realmente utilizados pelos professores em sua prática, ganhou adeptos nos países a América do Norte e no Brasil. Na convergência das pesquisas que tomam como campo empírico a prática na qual tais saberes são produzidos, emerge o debate em torno da identidade profissional dos professores. Neste caso, entende-se que a formação inicial e continuada, a socialização profissional e a constituição de saberes da experiência pelos professores são elementos importantes na conformação da identidade docente. Neste artigo, discutimos teoricamente a relação entre saberes e identidade docente e apresentamos os resultados de uma pesquisa empírica que, partindo da percepção e juízo de professores alfabetizadores da rede municipal do Rio de Janeiro, busca analisar as representações desses docentes em torno da identidade para “si” e para o “outro”.