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NO CENÁRIO ATUAL, QUAL O PAPEL DOS BETABLOQUEADORES NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO?
Author(s) -
Franciellen Bruschi Almonfrey,
Mariana Bellaguarda de Castro Sepulvida,
Roberto Dischinger Miranda
Publication year - 2020
Publication title -
revista brasileira de hipertensão
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1519-7522
DOI - 10.47870/1519-7522/2020270385-91
Subject(s) - medicine , gynecology
As teorias sobre a existência de receptores adrenérgicos foram descritas na literatura em meados da década de 40, sendo reconhecido anos depois que a inibição do sistema nervoso simpático por um determinado composto bloqueador beta adrenérgico poderia beneficiar pacientes com arritmias cardíacas e angina pectoris. Nasceram aí as primeiras substâncias bloqueadoras beta adrenérgicas não seletivas, destacando-se o propranolol. Desde então, centenas de bloqueadores betaadrenérgicos (BB) foram sintetizados e dezenas estão disponíveis em todo o mundo para uso clínico. Os mecanismos farmacológicos dos BBs são múltiplos e variam principalmente de acordo o predomínio de ação nos receptores adrenérgicos e com a lipossolubilidade, entre outros. De maneira geral, ligam-se e produzem um antagonismo competitivo e reversível nos receptores distribuídos pelo organismo. Os principais mecanismos fisiopatológicos propostos para explicar a ação medicamentosa dos BBs na hipertensão arterial sistêmica são redução do débito cardíaco, da resistência vascular periférica, do tônus vasomotor e do volume plasmático, inibição de renina, efeitos no sistema nervoso central, melhoria na adesão vascular e redefinição dos níveis de barorreceptores. Atualmente, os BBs não são preconizados como primeira linha de tratamento de hipertensão arterial sem complicações, porém eles são particularmente úteis para o tratamento da hipertensão na presença de algumas comorbidades não cardiovasculares, como a enxaqueca e o tremor essencial. Além disso, os BBs ganham destaque especial em situações cardiovasculares específicas, como angina sintomática, taquiarritmias, pós infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida e como alternativa aos inibidores da ECA ou BRA em mulheres hipertensas mais jovens que planejam engravidar. Vale ressaltar que em algumas destas situações os BBs passam a ter indicação mandatória, mesmo que não associadas à hipertensão arterial.

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