
O surto de peste de 1899
Author(s) -
Magaly Gêmio Teixeira
Publication year - 2021
Publication title -
cadernos de história da ciência/cadernos de história da ciência
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2675-7214
pISSN - 1809-7634
DOI - 10.47692/cadhistcienc.2020.v14.34761
Subject(s) - humanities , governo , political science , philosophy
Este artigo objetiva analisar o noticiário veiculado pelo jornal O Estado de São Paulo sobre o evento “surto de peste em Santos” ocorrido entre agosto de 1899 e fevereiro de 1900, identificando a participação dos atores envolvidos e suas representações oficiais, analíticas e ideológicas. A pesquisa utilizou as edições de O Estado do período como fonte primária e realizou uma revisão bibliográfica contextualizada sobre o tema. O Serviço Sanitário agia muito, o que não substituía seus recursos escassos: havia pouco soro antipestoso, sendo que Vital Brasil não levaria menos de três meses para aprontar a primeira partilha. Ademais, muitas dúvidas cercavam sua eficácia, já que o soro Yersin estava em debate. A peste, em si, permanecia poderosa: ao enfrentá-la nos laboratórios, até mesmo os maiores especialistas se puseram em risco. Além de Vital Brasil ter caído doente, Oswaldo Cruz, quando esteve em Santos para informar sobre a situação do surto o governo federal, ficou vários dias sob suspeita da doença. O Serviço Sanitário entrou no enfrentamento da peste bubônica como quem iria enfrentar a febre amarela e, por isso, embora tenha prometido, não conseguiria pôr em funcionamento os banhos de desinfecção na Hospedaria dos Imigrantes.