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Doxa, Diakosmêsis and Being in Parmenides’ Poem
Author(s) -
Bruno Loureiro Conte
Publication year - 2020
Publication title -
anais de filosofia clássica/anais de filosofia clássica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1982-5323
pISSN - 1981-7606
DOI - 10.47661/afcl.v14i27.39061
Subject(s) - philosophy , humanities , doxa , poetry , linguistics , epistemology
A edição moderna do poema de Parmênides (a partir do trabalho de Fülleborn de 1795) consolidou o esquema dicotômico bem conhecido de acordo com o qual os fragmentos são estabelecidos e compreendidos, isto é, se os atribuindo a uma ou outra de duas “partes” seguintes ao Proêmio, a Verdade (Alêtheia) ou a Opinião (Doxa). Um exame cuidadoso dos testemunhos doxográficos, no entanto, revela indicações suficientes para lançar dúvidas sobre essa representação geralmente aceita. Neste artigo, analiso alguns dos testemunhos – particularmente aqueles encontrados em Simplício – com o objetivo de apontar a evidência em favor de uma importante distinção entre o que os antigos chamaram uma seção “Sobre a opinião” (ta pros doxan) e a Cosmogonia parmenídea propriamente. Veremos que essa hipótese implica uma perspectiva “deflacionária” da Doxa, que fica limitada aos versos 53–61 do fragmento 8, juntamente aos quatro versos do fragmento 9. O relato cosmogônico, ademais, não deve ser simplesmente entendido como uma coleção de “opiniões de mortais” – no sentido de sua desvalorização na primeira parte do poema (cf. B1,30; B6,4–9; B7,3–5) – mas mais bem como um discurso que importa características epistemológicas para a descrição das origens do estado presente do universo. Por fim, extraímos desse quadro algumas consequências para o entendimento do papel do argumento sobre o ser e os limites de “ontologia” parmenídea.

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