
O vinho de Platão
Author(s) -
Giovanni Casertano,
Maria da Graça Gomes de Pina
Publication year - 2019
Publication title -
anais de filosofia clássica/anais de filosofia clássica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1982-5323
pISSN - 1981-7606
DOI - 10.47661/afcl.v13i26.32064
Subject(s) - humanities , art , philosophy
Mas afinal quem era Dioniso? Que conjunto de mitos herdara Platão para que, ao agir sobre eles, revirando-os, reinventando-os, pudesse construir as suas narrações e reflexões, particularmente aquelas relativas ao vinho? Os Gregos bebiam vinho essencialmente nos banquetes, isto é, naqueles convívios que reuniam amigos vindos para comer, beber e conversar. Portanto, beber era uma modalidade e um sinónimo do estar juntos (συνεῖναι); nunca se bebia sozinho. Nos diálogos de Platão descrevem-se pelo menos três tipologias de simpósio: de homens medíocres, de homens bem-educados e até de entes divinos. Em medidas muitas vezes opostas, na obra de Platão, o vinho é usado para descrever a alma tirânica, para apresentar o enlevo da filosofia e do mais nobre prazer da amizade.