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Walter Benjamim e a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) do MST:
Author(s) -
Micharlles Lopes Paz,
David Barbosa de Oliveira
Publication year - 2020
Publication title -
inovação and tecnologia social
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2675-0090
DOI - 10.47455/2675-0090.2020.2.4.4766
Subject(s) - humanities , utopia , philosophy , art , art history
O objetivo precípuo do corrente artigo é tecer aproximações entre o pensamento revolucionário-romântico do filósofo Walter Benjamim com a experiência da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) do MST. De que modo este pensador judeu-alemão que viveu as tensões decorrentes da primeira metade do século XX teria relação com esta escola rebelde surgida nos albores do século XXI? Há possibilidade de conexões neurais e coronárias entre ambos? Qual seria o enriquecimento teórico-prático deste achegamento?  Não se trata de encaixar a fórceps a teoria benjaminiana na experiência da ENFF, mas sim de historiar um pouco pontos de intercessão entre seus sonhos e receios, respeitando o lapso temporal que os separa e as singularidades de cada contexto histórico. Trata-se de um bate-bola entre visões de mundo que se abraçam, de idéias e ideais convergentes que alumiam pontos da inteligibilidade histórica de nossos dramas e expectativas atuais. A intenção é, portanto, inventariar possíveis cruzamentos, como por exemplo: se aquele é o mago das iluminações profanas por sua apaixonada aposta na redenção nostálgica que inspira uma utopia, questionadora do presente a partir das lutas pretéritas com vistas para a emergência da Revolução; esta é o espaço dedicado à operacionalização teórico- prática da própria práxis revolucionária, uma vez que salvaguarda e atualiza o verbo de luta da classe trabalhadora, honrando os compromissos ancestrais dos que tombaram nas “rodas das carruagens majestosas do progresso”. O sonho de Benjamim é com o futuro, assim como o da ENFF também o é, com o futuro de uma esperança. Ambos reconhecem a importância fundamental das batalhas pela memória inscrita na tradição dos oprimidos. Tanto a ENFF quanto o pensador são espiritualistas, isto é, concebem que mediante a hostilidade da luta de classes, os oprimidos não devem prescindir do auxílio das forças espirituais, àquela operacionaliza sua alma através da mística, esse a exerce por meio de sua fé nas forças messiânicas e redentoras da humanidade, produtoras de coragem, esperança, tenacidade e amor para a luta no presente.

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