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Anuê Jaci: política externa e povos indígenas diante da inflexão conservadora e do bolsonarismo
Author(s) -
César Santos
Publication year - 2020
Publication title -
cadernos de campo
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2359-2419
pISSN - 1415-0689
DOI - 10.47284/2359-2419.2020.28.367384
Subject(s) - political science , governo , humanities , philosophy
Às vésperas do bicentenário da Independência do Brasil em relação a Portugal (1822-2022), a ascensão de Jair Messias Bolsonaro à Presidência da República desafia o povo brasileiro a assistir ao retorno da ideologia cristã, dos XVI e XVII, como orientação do Governo brasileiro no século XXI. No Ministério das Relações Exteriores (MRE), órgão responsável pela promoção e pela defesa dos interesses do Brasil no exterior, a nomeação do Embaixador Ernesto Araújo como Chanceler trouxe a ideologia cristã ao epicentro da orientação da política externa do Brasil. Nesse mesmo contexto,a quantidade de assassinatos de lideranças indígenas no Brasil tem configurado umestado de guerra, alimentado, entre outras razões, pela ausência da demarcação dasterras indígenas prevista na Constituição Federal de 1988. Em 2019, A Articulação dosPovos Indígenas do Brasil (APIB) realizou a “Jornada Sangue Indígena: nenhuma gota amais” em diversos países do continente europeu para denunciar a prática genocida dogoverno brasileiro. Não é comum estabelecer uma relação direta entre política externa epovos indígenas. Este artigo faz parte de um estudo teórico, ainda preliminar, que visaa contribuir para ampliação do campo de observação empírica em análise de políticaexterna (APE) e aponta para a necessidade da construção de um paradigma indigenistana política externa brasileira à luz do modelo paradigmático proposto pelo professorAmado Luiz Cervo. Trata-se da inclusão do componente indígena na formulação dointeresse nacional após a promulgação da Constituição Federal de 1988, bem como davigência da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho, relativa aospovos indígenas e tribais. Espera-se que a inclusão do componente indígena possa contribuir para outras análises acerca da formulação do interesse nacional, não apenas no Brasil, mas também, nos demais Estados nacionais signatários da Convenção 169/OIT.

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