
A escassez de água, o açude Castanhão e o desenvolvimento no semiárido brasileiro: os obstáculos temáticos de uma experiência prática não bem-sucedida
Author(s) -
Carlos Enrique Tupiño Salinas,
Vládia Pinto Vidal de Oliveira,
Liana Brito de Castro Araújo,
José Carlos de Araújo
Publication year - 2021
Publication title -
práticas educativas, memórias e oralidades
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2675-519X
DOI - 10.47149/pemo.v3i3.7169
Subject(s) - political science , humanities , philosophy
O objetivo deste artigo foi analisar os impactos sociais de um grande açude no semiárido brasileiro, segundo a população deslocada da área urbana como rural. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, abertas a 371 famílias, representando quase 10.400 famílias que moravam no novo município de Jaguaribara. Os resultados mostraram que os reassentados não estavam satisfeitos com suas novas condições de vida, apesar do seu contentamento com as suas novas casas, com o abastecimento de água e com o fornecimento de alimentos. Apesar da melhoria da infra-estrutura, os reassentados avaliaram mal os Sistemas de saneamento, de saúde e de educação, bem como a política de trabalho e renda. O governo investiu consideravelmente na infraestrutura, mas não em sua operação e manutenção, nem em pessoal qualificado, isso indicou que o foco dos investimentos foi principalmente a transferência de capital para a indústria da construção e não a prestação de bons serviços para os reassentados. A construção do açude Castanhão não proporcionou um padrão de vida melhor para os reassentados, o que sugeriu que a escassez de água pode ser uma das razões, mas certamente não foi a principal causa dos obstáculos ao desenvolvimento na região semiárida brasileira.