O Técnico de Radiologia no estabelecimento de Níveis de Referência de Dose para os procedimentos endovasculares aórticos.

Introdução: Nas patologias aórticas tem-se constatado um aumento das abordagens endovasculares. Os objetivos deste trabalho visam a caracterização da intervenção da Cirurgia Vascular nas patologias aneurismáticas aórticas e a determinação do perfil radiológico das abordagens endovasculares. Materiais e Métodos: Foram identificadas todas as cirurgias aórticas realizadas entre 1 de janeiro de 2018 e 31 de maio de 2019. A amostra foi dividida de acordo com a abordagem (convencional vs. endovascular) e os procedimentos classificados pelo critério clínico de intervenção. Para as abordagens endovasculares identificou-se a sua tipologia, o tipo de material implantado, o equipamento utilizado e os principais descritores de dose de radiação. Resultados: Foram intervencionados 208 pacientes, 168 do género masculino e 40 do género feminino. No total realizaram-se 121 abordagens endovasculares. Destas últimas, 87 decorreram no bloco operatório central, 15 no bloco de urgência e 19 na sala de Angiografia. No bloco operatório central o percentil 75 da Dose-área produto (DAP) situou-se nos 80,3 Gy.cm2 e o Air Kerma nos 428 mGy. No bloco de urgência o valor do percentil 75 situou-se nos 70,1 Gy.cm2 para o DAP e 389 mGy para o Air Kerma incidente. Na Angiografia o percentil 75 de ambas as grandezas de dose situou-se nos 302,92 Gy.cm2 e 2436 mGy. Conclusão: As abordagens endovasculares são menos invasivas que as convencionais, condicionam tempos de recuperação menores, curtos internamentos em cuidados intensivos e menor mortalidade a curto prazo, no entanto, carecem de avaliações a longo prazo e estão associadas a grande exposição à radiação, sendo necessário uma continua otimização dos procedimentos.