O ensino profissionalizante e o multiculturalismo: vozes docentes no Instituto Federal de Sergipe

Este artigo apresenta  resultados de pesquisa que  buscou efetuar um levantamento sobre  os aspectos multiculturais  presentes  no  processo  educacional do ensino profissionalizante  médio integrado, no Instituto Federal de Sergipe, captando as vozes docentes. Dadas  as  característica  e o recorte  delimitado, considerando  as  dimensões  tempo, recursos disponíveis  e  instituição  estudada, assumiu  um viés  exploratório.  Utilizamos métodos de análise estatística descritiva, quanto a validação cruzada entre o  banco de dados derivado do questionário aplicado, em  contraposição a observação associada à pesquisa documental. Partiu-se da premissa que o compromisso com a diversidade cultural, que se espera presente no  ensino  profissionalizante,  seja  representado  não  somente  com  os  códigos  europeus  e  norte-americanos brancos, porém destacando que mais atenção poderia ser dada à diversidade de códigos em função de raças, etnias, gênero e classe social. Todas as classes têm o direito de acesso aos códigos da cultura erudita, porque esses são os códigos dominantes — os códigos do poder. É necessário conhecê-los, ser versado neles, mas tais códigos continuarão como um conhecimento exterior, a não ser que o indivíduo tenha dominado as referências culturais da sua própria realidade, que são representadas no e pelo multicultural. A análise dos dados coletados indica a necessidade de ampliação do nível de conhecimento da temática junto aos docentes, bem como a quase inexistência da participação institucional na inserção e valorização da temática do multicultural.