
MENINO É AZUL E ÁGUA NO MAPA TAMBÉM:
Author(s) -
Jörn Seemann
Publication year - 2020
Publication title -
revista brasileira de educação em geografia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2236-3904
DOI - 10.46789/edugeo.v10i19.909
Subject(s) - humanities , philosophy
Cartógrafos nem sempre usaram azul como cor convencional para corpos d’água em mapas. Essa estandardização apenas ocorreu no século XIX devido a avanços nas técnicas de produção. A partir de uma discussão sobre o uso de cores na cartografia e na cultura, esse texto reflete sobre a significação e ressignificação de símbolos na cultura popular e nos mapas. Através de exemplos da rede social, da história da cartografia e de mapeamentos indígenas, argumenta-se que a compreensão de cores não é um fenômeno universal ou uma convenção inquestionável. A seleção de cores não pode ser separada de valores culturais, embora os cânones da disciplina insistam na validade absoluta das suas normas que conferem uma segurança ontológica aos leitores e usuários de mapas. Essa desconstrução de convenções tem como objetivo refletir mais profundamente sobre as abordagens teórico-metodológicas sobre o uso de mapas no ensino de geografia, a concepção de símbolos como relações entre significado e significante e os problemas do modelo semiológico de Saussure que interpreta a cartografia como língua em vez de linguagem. Sugere-se um debate mais amplo para pensar sobre metodologias cartográficas que são mais inclusivas e levem em conta diversidade e cultura na educação. Palavras-chaveCores convencionais, Símbolos na cultura, Segurança ontológica, Linguagem cartográfica