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Densidade, estrutura e distribuição espacial de castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa H. & B.) em dois platôs de floresta ombrófila densa na Amazônia setentrional brasileira
Author(s) -
Rafael P. Salomão
Publication year - 2009
Publication title -
boletim do museu paraense emílio goeldi. ciências naturais
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2317-6237
pISSN - 1981-8114
DOI - 10.46357/bcnaturais.v4i1.667
Subject(s) - forestry , horticulture , geography , biology
A castanheira (Bertholletia excelsa H. & B. - Lecythidaceae) é uma espécie nativa da Amazônia que tem por habitat as terras não inundáveis (terra firme). O fruto da castanheira é o produto florestal não-madeireiro (PFNM) mais conhecido e solidamente estabelecido nos mercados doméstico e de exportação há mais de um século, constituindo-se na única colheita de sementes comercializada internacionalmente que é feita exclusivamente em florestas tropicais primárias. Este trabalho objetiva avaliar a abundância, a distribuição espacial, a estrutura em diâmetro, altura e idade de castanheiras e sua distribuição espacial nos castanhais existentes na floresta pluvial tropical densa em dois platôs na Amazônia setentrional brasileira. Os locais de estudos, denominados platô Almeidas e Aviso, abrangem uma área de, respectivamente, 763 ha e 1.365 ha, onde foram feitos dois inventários, com 100% de intensidade, de todas as árvores de B. excelsa com DAP ≥ 10 cm, sendo registradas, respectivamente, 1.140 e sete árvores, ou seja, densidade de 1,5 árvore/ha e 0,005 árvore/ha. O percentual de árvores jovens (DAP ≤ 60 cm) registrado nos dois platôs estudados é inversamente proporcional à abundância, ou seja, 1,21% (19 árvores) no castanhal de maior densidade (Almeidas) e 71,4% (cinco árvores) no de menor, o que sugere uma colonização recente no platô Aviso. O maior número de árvores (64,1% do total) ocorreu no intervalo de 90-160 cm de diâmetro, entre 200-300 cm foram registradas 78 árvores (6,8% do total). Atualmente, é relativamente raro encontrar castanheiras com diâmetros acima de 300 cm; os nove indivíduos acima deste limite, registrados no platô Almeidas, muito provavelmente têm algumas centenas de anos. A abundância de castanheiras no platô Almeidas e Aviso é uma questão intrigante e difícil de desvendar. Existe a possibilidade de se considerar a origem antrópica dos castanhais do platô Almeidas, que poderá ou não ser confirmada por meio de futuros estudos.

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