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PSICANÁLISE E POLÍTICA: A HOSTILIDADE CONTEMPORÂNEA FRENTE AO NOVO
Author(s) -
Edcarla Melissa de Oliveira Barboza,
Cleyton Andrade
Publication year - 2022
Publication title -
psicologia em estudo/psicologia em estudo
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.154
H-Index - 16
eISSN - 1807-0329
pISSN - 1413-7372
DOI - 10.4025/psicolestud.v27i0.47886
Subject(s) - philosophy , humanities
O presente artigo é resultado de uma pesquisa teórica em psicanálise ainda em andamento, que se dedica a investigar possíveis dispositivos no interior da racionalidade contemporânea que operam de forma hostil a processos passíveis de inscrever uma novidade radical. A história mostra que algumas insurreições e formas de resistência popular, que pareciam demonstrar a potência de produzir uma novidade, resultaram, no entanto, num retrocesso ou numa outra forma de alienação, com semblante de novidade, explicitando a presença de um impasse em torno da concepção do novo. Diante disso, esta pesquisa lança mão do conceito lacaniano de ato analítico e da noção de acontecimento em Alain Badiou, a fim de identificar indicadores passíveis de instituir uma novidade com potência política de transformação radical. Tanto a clínica quanto a política evidenciam que a produção de uma novidade exige uma ruptura abrupta e contingente, fora de qualquer ordem estabelecida pelo saber. O novo advém em desarticulação com o campo dos saberes existentes, compreendendo, pois, uma invenção singular, que não encontra lugar no horizonte previsível e calculável, do qual se nutre a razão neoliberal.