
O ‘KEPOS’ EPICURISTA: A UTILIDADE DA FILOSOFIA E SUA RELAÇÃO COM O CONHECIMENTO E A FORMAÇÃO DO HOMEM FELIZ
Author(s) -
Reginaldo Aliçandro Bordin,
José Aparecido Pereira
Publication year - 2019
Publication title -
notandum
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2763-5899
pISSN - 1516-5477
DOI - 10.4025/notandumvi51.50054
Subject(s) - philosophy , humanities
Este texto tem o propósito de refletir sobre o pensamento de Epicuro de Samos, a partir da compreensão dele de filosofia e sua relação com o conhecimento e a felicidade. Em seu Jardim, o kepos, Epicuro defendeu o pressuposto de que a filosofia é útil na medida em que ela proporciona os meios para garantir a quem a pratica a felicidade. Esta é compreendida como ausência de sofrimentos, especialmente aqueles oriundos de nossas opiniões erradas sobre a ação dos deuses, a morte e a dor. Por isso, o mestre do Jardim propôs a filosofia como medicina porque oferece princípios para ensinar a viver bem. No cumprimento desse objetivo, ele articulou uma teoria do conhecimento, que tinha as sensações como critério de verdade, com a formação do homem feliz, propósito principal de seu Jardim-escola. Ele não concebeu o conhecimento como uma teoria, mas principalmente um saber para a vida cuja finalidade era ensinar a todos a viver bem. Para isso, os princípios éticos e formativos da doutrina epicurista estão contidos no livro X de Diôgenes Laêrtios, em Vida e doutrina dos filósofos ilustres. Suas Máximas principais e Sentenças Vaticanas, contém fragmentos essenciais para compreender a doutrina epicurista, nos referidos aspectos. O que justifica o estudo de sua proposta doutrinária é o fato dela defender a utilidade da filosofia como meio para edificar a vida, princípio válido em todos os tempos.