
Tanto resistência quanto rendição: raça, escravidão e pós-emancipação nas religiões de matriz africana.
Author(s) -
José Renato de Carvalho Baptista
Publication year - 2021
Publication title -
diálogos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.112
H-Index - 4
eISSN - 2177-2940
pISSN - 1415-9945
DOI - 10.4025/dialogos.v25i3.60113
Subject(s) - humanities , philosophy
Este trabalho pretende apresentar algumas perspectivas sobre certas práticas da umbanda e do candomblé que sugerem formas de memória da escravidão e de como esta é percebida pelos adeptos destas religiões. Nosso pressuposto é de que a memória é socialmente construída e os agentes sociais se apropriam destas construções no sentido de orientar suas ações ou discursos sobre o passado e o presente. Na umbanda, o culto aos “pretos-velhos” propõe uma forma específica de memorizar a escravidão, apontando para as formas de submissão e violência, além das inscrições corporais da escravidão, presentes na possessão pelas entidades denominadas “pretas e pretos-velhos”. No candomblé, temos a escravidão como uma espécie de vácuo ou lacuna histórica, vista como etapa necessária da iniciação. A escravidão é rememorada para ser esquecida, como um estado de privação dos sentidos, que serão retomados com a complementação da iniciação.