O TRABALHO DE CAMPO NO CONTEXTO DO ENSINO DE GEOGRAFIA RURAL: COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS EM ÂMBITO DO ROTEIRO “ASSENTAMENTO CONTESTADO”, “ESCOLA LATINOAMERICANA DE AGROECOLOGIA” E “COOPERAFLORESTA”

O presente artigo tem por objetivo central compartilhar a experiência de trabalho a campo desenvolvida junto ao Componente Curricular (CCR) Geografia Rural, oferecido pelo curso de licenciatura em Geografia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS, campus Erechim/RS). Realizado cinco vezes entre os anos de 2014 e 2019, o roteiro contemplou experiências situadas na região metropolitana de Curitiba/PR (Lapa e Curitiba) e em Barra do Turvo/SP, ao que confere ao movimento de luta pela terra/pelo território, de reforma agrária e de re-existência camponesa. Mediante o diálogo com os sujeitos, a observação e o registro de elementos que compõem suas territorialidades, o roteiro oportunizou aos discentes interações com a lógica de organização socioterritorial do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); com ações voltadas para o desenvolvimento de práticas produtivas e organizativas agroecológicas e do trabalho com Sistemas Agroflorestais (SAF); com experiências de cooperação e de educação do campo. Metodologicamente, a escolha do roteiro e as mediações de ensino-aprendizagem inerentes estiveram alinhadas a uma concepção teórica que dialogava 1) com o “Paradigma da Questão Agrária”, conforme proposição de Fernandes (2005); e 2) com o próprio Projeto Político Institucional (PPI) da UFFS, Instituição de Ensino Superior forjada com o desafio de projetar-se como “popular”. Nessa esteira, além da apresentação dos elementos que compuseram o roteiro propriamente dito, contextualizaremos, também, a construção da proposta do referido trabalho a campo, elaborado em estreita sintonia com a ementa do CCR e com os objetivos da Instituição de Ensino Superior em que está inserido.