
O apagamento do nome próprio como traço da escrevivência: Silviano Santiago e as Mil rosas roubadas
Author(s) -
Pedro Henrique Alves de Medeiros,
Edgar Cézar Nolasco
Publication year - 2020
Publication title -
acta scientiarum. language and culture
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.124
H-Index - 3
eISSN - 1983-4683
pISSN - 1983-4675
DOI - 10.4025/actascilangcult.v42i2.51545
Subject(s) - nome , humanities , romance , philosophy , art , literature , mathematical analysis , mathematics , elliptic curve , quarter period
Este trabalho tem por objetivo propor uma série de reflexões biográfico-metafórico-ficcionais baseadas no apagamento do nome próprio/assinatura do narrador do romance Mil rosas roubadas (2014) do escritor mineiro, crítico literário e ensaísta Silviano Santiago. Esse estudo emerge da compreensão do nome próprio/assinatura enquanto traços, passíveis de serem apagados, de uma escrevivência atravessada por personificações das ausências a partir da morte e do ato de sobreviver (Silviano Santiago) à perda de um amado (Ezequiel Neves). Para isso, nos respaldaremos, essencialmente, na crítica biográfica (Souza, 2002, 2011) (Nolasco, 2010, 2018) e nos pressupostos filosóficos de Jacques Derrida e Geoffrey Bennington como base epistemológica da discussão fundamentada, sobretudo, nos conceitos de nome próprio/assinatura (Bennington, 1996) (Derrida, 1995, 1996, 2009), traço (Amaral, 2000) (Derrida, 2014) e escrevivência (Evaristo, 2017a). Para além dos críticos já mencionados no referencial teórico, também nos valeremos de Roland Barthes e de Martin Heidegger para circunscrever nossas considerações em instâncias e jogos de linguagens próprios à teorização crítico-biográfica que ensejamos nesse artigo. Portanto, no tocante aos resultados esperados, buscaremos explicitar que o traço, contido no nome próprio/assinatura, não pode ser a origem nem o fim, mas, sim, um elemento que desaparece-reaparecendo simultaneamente. Sendo assim, ainda que Silviano apague sua assinatura no corpus literário do romance Mil rosas roubadas, sua escrevivência o transpassa indo além do apagamento e avançando o nome próprio, que, pelo contrário, é impróprio, por excelência.