
Abordamos, aqui, a relação Igreja, Estado e Educação no Brasil, focalizando a Igreja Católica que aqui se instalou desde o período colonial com escolas de primeiras letras, colégios e missões. Com a política pombalina e a expulsão dos jesuítas, essa Igreja foi perdendo, paulatinamente, o poder. Quase foi silenciada durante o período imperial, para afinal, ressurgir, a partir da proclamação da República, e se revigorar nas três primeiras décadas do século XX. Nessa peleja, a Igreja foi defendida por alguns intelectuais católicos, que participaram ativamente da renovação dela. Além desses intelectuais, a Igreja contou, de modo paralelo, com o trabalho educacional e missionário de diocesanos e religiosos regulares que educaram, evangelizaram e acudiram o povo nas suas dificuldades espirituais e materiais. Ao mesmo tempo, apaziguaram conflitos entre a população espezinhada e o Estado, prevalentemente nas regiões brasileiras mais depauperadas. Cabe discutir o papel desses intelectuais e religiosos e questionar até que ponto suas interferências apontaram para uma mudança social ou se confirmaram uma atitude de submissão à ordem, à autoridade e à estabilidade social.