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La « connexion hamburger » appliquée à l’Amazonie brésilienne. Décryptage de l’ « effet papillon » entre consumérisme carné et déboisement
Author(s) -
Guillaume Marchand
Publication year - 2009
Publication title -
confins
Language(s) - French
Resource type - Journals
ISSN - 1958-9212
DOI - 10.4000/confins.5602
Subject(s) - humanities , philosophy , art
Selon l’énoncé de la « connexion hamburger », l’un des derniers grands massifs forestiers de la planète serait directement menacé par notre consommation excessive de viande bovine. L’idée n’est pas vraiment neuve, elle a déjà été formulée dans les années 1980 par un environnementaliste du nom de N. Myers pour expliquer la recrudescence des déboisements en Amérique Centrale. Vingt-quatre ans plus tard, un groupe de chercheurs du CIFOR1 l’a exhumée pour l’Amazonie brésilienne. Médias et ONG’s environnementalistes se sont alors empressés de divulguer l’information, en incitant parfois au boycott des viandes brésiliennes voire des restaurants européens ou nord-américains qui en servent. Si l’identification de liens de causes à effets entre nos gestes quotidiens et des impacts environnementaux globaux est tout à fait louable, l’objectif étant de faire évoluer les mentalités, il s’opèrent parfois quelques simplifications sur la nature et l’ampleur de ces phénomènes…En s’intéressant à l’évolution des structures spatiales des filières bovines brésiliennes et plus spécifiquement amazoniennes depuis l’ouverture de la frontière agraire (1970’s), le présent article a pour objectif d’évaluer dans quelle mesure les différents écosystèmes de la région ont eut à pâtir de nos instincts carnivores. Nous verrons ainsi que la connexion hamburger internationale est un phénomène aux nombreuses ramifications, ne consommant pas toujours directement de la forêt ombrophile dense mais bien souvent des espaces de savanes ou des forêts de transition. According to the “hamburger connection” concept, one of the lasts rainforest regions of the earth would be directly menaced by our excessive consumption of beef meat. The idea is not very new, it was formulated in the 1980 by the environmentalist N. Myers to explain the intensification of deforestation in Central America. Twenty-four years after, a group of researcher of the CIFOR excavated it for Brazilian Amazon’s case. The media and ecologist ONG’s divulgated quickly the information, with, sometimes, callings to boycott of Brazilian meats and also European or North-American restaurants which serve its. If the identification of causes/consequences links between our daily lifestyles and global environmental impacts is praiseworthy, the objective is to make progress consciences, there are sometimes some simplifications on the nature and the magnitude of these phenomena. With the study of the spatial structures evolutions of Brazilian livestock commodity chains, and more specifically Amazonian chains since the opening of the agrarian frontier (1970’s), this article aim to evaluate how the different ecosystems of the region have suffered of our carnivorous instincts. We will see that the international hamburger connection is a phenomenon with numerous ramifications, not consuming every times tropical dense forests but more often savannas and transition forest areas Segundo o conceito da “conexão hamburger”, um dos últimos grandes maciços florestais de planeta seria direitamente ameaçado pelo nosso consumo excessivo de carne bovina. A idéia não é tão nova, já foi formulada nos anos 1980 pelo ambientalista N. Myers para explicar o aumento dos desmatamentos na America Central. Vinte - quatro anos depois, um grupo de pesquisadores do CIFOR, exumou para o caso da Amazônia brasileira. Mídias e ONG’s ambientalistas divulgam rapidamente a informação, incitando, às vezes, ao boycott das carnes brasileiras e também dos restaurantes europeus ou norte-americanos que as servem. Se a identificação de relações de causas a efeitos entre nossos gestos quotidianos e impactos ambientais globais é muito laudável, o objetivo sendo conscientizar as populações, há algumas simplificações, às vezes, sobre a natureza e o amplidão destes fenômenos. Interessando-se à evolução das estruturas espaciais das cadeias bovinas brasileiras e mais especificamente as da Amazônia desde a abertura da fronteira agrária (1970’s), o presente artigo tem como objetivo avaliar em qual proporção os diferentes ecossistemas da região sofreram de nossos instintos carnívoros. Veremos assim que a conexão hamburger internacional é um fenômeno com muitas ramificações, não sempre consumindo direitamente floresta ombrofila densa, mas freqüentemente áreas de savanas e florestas de transição