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A formaqáo docente e a educaqáo no campo: da teoria áprática educativa
Author(s) -
Auricélio Dos Santos Feitosa
Publication year - 2020
Publication title -
ciencia latina
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2707-2215
pISSN - 2707-2207
DOI - 10.37811/cl_rcm.v4i2.237
Subject(s) - humanities , sociology , philosophy
Nas contradices do real em movimento é preciso considerar as mudanzas e as permanencias de qualquer processo social. Como na poesía de Machado, ao mesmo tempo em que tudo passa, tudo também fica. Em outras palavras, na mudanza residem as permanencias e essas trazem consigo um que de transitoriedade. Assim, o que é hoje se constituiu daquilo que era ontem e tem em si mesmo a potencialidade de ser (trans)formado amanha.Diante da sociedade capitalista marcada pelo acúmulo do lucro desigual que leva o sistema á autodestruigao (MéSZAROS, 2000), a educagao pode servir como caminho de reprodugao ou emancipagao dos sujeitos. Todos os processos sociais encontram na educagao a mola propulsora que tem em si a potencialidade de fortalecer caminhos opressores ou permitir a construgao da libertagao dos sujeitos em constituigao através do conhecimento (FREIRE, 1996).Em meio á tessitura do indivíduo no bojo da sociedade pelas vias do conhecimento, a formagao do ser humano e de todos os profissionais toma a centralidade dos processos, sobretudo, na área de educagao. Sendo assim, “a educagao constitui um ato instrutivo e formador entre sujeitos, de modo que a gestao da matéria, em contexto situado, permeada pela autonomia relativa do profissional de ensino, adquire conotagao moral e ética” (THERRIEN, 2006, p. 74). Assim, todos os atores do cenário da educagao que se manifestam no palco da escola, da sala de aula e da comunidade ao seu redor, sao fundamentais na formagao de sujeitos autónomos á sombra da moral e do exercício da cidadania. Quando falamos de uma educagao que liberta, nos moldes defendidos por Paulo Freire, nao nos referimos apenas áquela que se dá em espatos formáis de ensino nas grandes cidades. É de suma importancia que o Estado invista em projetos ligados á educagao no campo.Defendemos aqui uma formagao docente que considere a importancia da práxis gramsciana, nao sendo reduzida nem a uma formagao meramente pragmática, com foco exclusivo no praticismo, muito menos a uma formagao exclusivamente teórica, que nao considere os contextos reais de ensino. Portanto, buscamos fazer um estudo da formagao continuada de professores que lecionam em escolas do campo e como essas formagoes consideram a relagao teoria-prática.Acreditamos ser importante ter em mente tres ideias:O campo no Brasil está em movimento. Há tensoes, lutas sociais,organizagoes e movimentos de trabalhadores e trabalhadoras da terra que estao mudando o jeito da sociedade olhar para o campo e seus sujeitos;A Educagao Básica do Campo está sendo produzida neste movimento, nesta dinamica social, que é também um movimento sociocultural de humanizagao das pessoas que dele participam;Existe uma nova prática de escola que está sendo gestada neste movimento.Nossa sensibilidade de educadores já nos permitiu perceber que existe algo diferente e que pode ser uma alternativa em nosso horizonte de trabalhador da educagao, de ser humano. Precisamos aprender a potencializar os elementos presentes nas diversas experiencias, e transformá-los em um movimento consciente de construgao das escolas do campo como escolas que ajudem neste processo mais amplo de humanizagao, e de reafirmagao dos povos do campo como sujeitos de seu próprio destino, de sua própria história.Vale ressaltar que este trabalho utilizou-se das propostas presentes na obra “Escola da Terra no Ceará: conhecimentos formativos para a práxis docente do/no campo”. Como já salientado por nós em parágrafos anteriores, nossa proposta de formagao vai muito além formagao meramente pragmática. Defendemos a aproximagao entre a universidade e a sociedade, valorizando, principalmente, os profissionais que atuam na educagao básica brasileira.Ao falarmos que a escola é fundamental na formagao de sujeitos autónomos á sombra da moral e do exercício da cidadania, vamos ao encontro da proposta da Escola da Terra, uma vez que ela se situa no bojo das agoes de resistencia, de luta pela garantia do direito á educagao e outros direitos sociais, conquistados com muita luta ao longo da história do Brasil.Este trabalho está dividido em cinco partes que, embora tratem de pontosdiferentes do trabalho, complementam-se, resultando em um todo unitário. O próximoitem traz a nossa fundamentagao teórica, coerente com a proposta de formagao da Escola da Terra. O terceiro item trata da metodologia utilizada na pesquisa, dando enfoque á aplicagao de um questionário. O quarto item aborda os dados coletados e suas análises, á luz do nosso referencial teórico. O quinto e último item é composto pelas considerares finais.

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