
Fonoaudiologia e saúde mental: atendimento em grupo a sujeitos institucionalizados com transtornos mentais
Author(s) -
Beatriz Paiva Bueno de Almeida,
Maria Cláudia Cunha,
Luiz Augusto de Paula Souza
Publication year - 2015
Publication title -
medica review
Language(s) - English
Resource type - Journals
ISSN - 2660-6801
DOI - 10.37467/gka-revmedica.v4.852
Subject(s) - humanities , psychology , sociology , philosophy
The objective of this article is to characterize and analyze the speech developed at the CAIS-SR, an institution whose history was marked by the process of institutionalization of mental patients and then by Psychiatric Reform. The research is designed as a case study, with emphasis on research for a project of care group (group / choir “Sabiá na Laranjeira”) conducted by the speech in CAIS-SR. The research method combines survey of speech-language record of the activities carried out, which occurred between 2001 and 2006, interviews with professional teams of CAIS-SR and group patients “Sabiá na Laranjeira” about the presence of speech therapist throughout this period, and especially analysis of the group work done with patients of “Sabiá na Laranjeira”. To put the analysis the work of speech therapy in CAIS-SR, is presented key issues to care of patients with mental disorders, namely: the marks that isolation makes the life history of these subjects, the composition and relevance of inter-and multidisciplinary teams in mental health; social exclusion and the search for activities that help in building a new and more satisfactory social conditions for such subjects. In this sense, the article points to the fact that the speech therapist, participating in teams of CAIS-SR, beyond to identify and treat speech pathology, should value and encourage communication and discursive circulation among patients and those with family members and society by increasing the use of language (verbal and nonverbal) and shedding light on the importance of communication, among other things: biopsychosocial rehabilitation; training of interpersonal bonds; legitimacy and social belonging of the subjects with mental disorders, which aligns public policies with anti-psychiatric ward and social reintegration.RESUMOO objetivo deste artigo é caracterizar e analisar o trabalho fonoaudiológico desenvolvido no CAIS-SR, instituição cuja história foi marcada pelo processo de institucionalização de sujeitos com transtornos mentais e, posteriormente, pela Reforma Psiquiátrica. A pesquisa se configura como um estudo de caso, com ênfase na investigação de um projeto de atendimento grupal (grupo/coral “Sabiá na Laranjeira”) conduzido pela Fonoaudiologia no CAIS-SR. O método da pesquisa conjuga levantamento dos registros das atividades fonoaudiológicas realizadas, que ocorreram entre 2001 e 2006; entrevistas com profissionais das equipes do CAIS-SR e com pacientes do grupo “Sabiá na Laranjeira” sobre a presença do fonoaudiólogo ao longo desse período; e, especialmente, análise do trabalho grupal efetuado com os pacientes do “Sabiá na Laranjeira”. Para contextualizar a análise do trabalho fonoaudiológico no CAIS-SR, são apresentadas questões básicas ao atendimento do paciente com transtornos mentais, a saber: as marcas que o isolamento deixa na história de vida destes sujeitos; a composição e a relevância das equipes inter e multidisciplinares na saúde mental; a exclusão social e a busca por atividades que auxiliem na construção de uma nova e mais satisfatória condição social para tais sujeitos. Nesse sentido, o artigo aponta para o fato de que o fonoaudiólogo, participando de equipes do CAIS-SR, além de identificar e tratar alterações fonoaudiológicas, deve valorizar e estimular a comunicação e a circulação discursiva entre os pacientes e destes com familiares, profissionais e sociedade, intensificando o uso da linguagem (verbal e não-verbal) e lançando luz sobre a importância da comunicação para, entre outros aspectos: reabilitação biopsicossocial, formação de vínculos interpessoais, legitimação e pertencimento social dos sujeitos com transtornos mentais, o que se alinha com as políticas públicas antimanicomiais e de reintegração social.