
O interno de medicina: seu comportamento e opinião diante da prática do aborto
Publication year - 2021
Publication title -
international journal of developmental research
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2230-9926
DOI - 10.37118/ijdr.21588.04.2021
Subject(s) - humanities , political science , medicine , philosophy
Objetivo: Identificar a percepção do futuro profissional médico em relação a prática do aborto. Métodos: Foi realizado uma pesquisa de campo na cidade de Vitória da Conquista, Bahia, com estudantes de uma faculdade de Medicina em estágio de internato. Foram avaliados tanto o conhecimento geral e legislativo, quanto as opiniões dos internos mediante ao tema. Para isso, foram utilizados questionários autoaplicáveis contendo 25 perguntas divididas em quatro secções: (1) dados pessoais; (2) conhecimentos gerais sobre o tema; (3) conhecimentos gerais sobre a legislação vigente; (4) opiniões sobre o aborto. Resultados: Ao todo foram entrevistados 108 internos, a maioria do sexo feminino (63%), com idade entre 20 e 24 anos (57,4%), em sua maior parte solteiros (90,7%), sem filhos (99%), pardos (53%), brancos (50%), negros (1%). A maioria referiu não exercer atividade remunerada (95%) e ter renda familiar superior a 9 salários mínimos (67%). Quanto a religião, o maior número dos entrevistados mencionou ser cristão.Em sua totalidade 49,1% eram católicos, 20,4% evangélicos, 10,2% espíritas, 1,9% outras religiões e 18,5% não possuíam nenhuma religião.Poucos são os que acreditam que o aborto deva ser legalizado em qualquer hipótese (25%) e muitos os que mencionaram que se sentiriam mal após realização de tal procedimento (53,7%). Ao serem interrogados sobre seu contato com o assunto, 84,2% disseram ter tido aula ou ter estudado sobre, durante o curso de medicina, e 61,1% falaram ter um conhecimento regular com relação ao tema. Considerações finais: Com as respostas obtidas, observou-se que a maioria dos acadêmicos compreende as questões sociais muitas vezes envolvidas no ato de abortar. Quanto ao arcabouço legislativo existente no país, notou-se que apesar de uma parcela considerável não conhecer alguns dos itens cruciais para o seu bom desempenho profissional diante dessa situação, a maioria apresentou um conhecimento regular sobre assunto. Infere-se que o atendimento ao aborto poderia ser mais enfatizado nas escolas médicas sem deixar o aspecto humano e médico de sempre querer salvar uma vida, sendo capaz de manter um bom diálogo com a gestante e de demonstrar possibilidades existentes, caso seja uma opçãoa continuidade da gestação.