
Como aprender a ser filósofo no Brasil no século XIX: instituições, compêndios, caminhos do saber
Author(s) -
Júlio Canhada
Publication year - 2020
Publication title -
argumentos : revista de filosofia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1984-4255
pISSN - 1984-4247
DOI - 10.36517/argumentos.25.9
Subject(s) - philosophy , humanities
Este texto examina produções filosóficas brasileiras destinadas ao ensino de filosofia no século XIX, tratando-se, portanto, de um período anterior à existência de cursos universitários de filosofia no Brasil. Esses compêndios e manuais são analisados tendo em vista as concepções de filosofia neles presentes, os campos do saber que cada um deles elege como pertinente e, ainda, a ordem das matérias neles dispostas, o que indica diferentes maneiras pelas quais se compreende qual deve ser o caminho a se percorrer para se tornar filósofo. Além disso, tal disposição temporal das matérias diz respeito a variadas posições acerca da história da filosofia. Por fim, há a análise da autoria construída pelos autores de manuais e compêndios, a qual pode ser compreendida como uma autoria mínima, em que a voz autoral cede lugar àqueles que os autores compreendem como “verdadeiros filósofos”. Por meio desse procedimento torna-se possível compreender como foi atribuída à obra de Domingos José Gonçalves de Magalhães, Factos do espírito humano, publicada em 1858, a característica de ser o livro inaugurador da filosofia no Brasil.