
IMPLICAÇÕES DA PERDA DA VISÃO PARA O PROCESSO DE ENSINO DA LEITURA E ESCRITA BRAILLE
Author(s) -
Fátima Aparecida Gonçalves Mendes,
Maria Inês Bacellar Monteiro
Publication year - 2016
Publication title -
revista diálogos e perspectivas em educação especial
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2764-6440
pISSN - 2358-8845
DOI - 10.36311/2358-8845.2016.v3n1.03.p14
Subject(s) - braille , humanities , philosophy , art , psychology , linguistics
Este estudo teve por objetivo discutir a cegueira adquirida e suas consequências no processo de ensino da leitura e escrita braille. Fundamentou-se na perspectiva histórico-cultural de Vigotski, que destaca a importância das relações sociais para a formação pessoal de cada um e em seus textos sobre a constituição e desenvolvimento de pessoas cegas. Levantaram-se depoimentos orais de sujeitos cegos a fim de conhecer suas histórias e avaliações sobre os próprios sentimentos e ações com relação ao processo de perda visual e aprendizagem do braille. O estudo foi constituído por análise de depoimentos de doze cegos, com idades entre 15 e 67 anos. Os depoimentos foram todos gravados e transcritos. O objetivo era conhecer as histórias, sentimentos e ações dos cegos com relação ao processo de perda visual e ao braille. Foram consideradas as percepções que os sujeitos com cegueira adquirida tinham sobre o braille e as autopercepções consolidadas pelos outros, reveladas nos depoimentos dos cegos. Isto permitiu definir dois eixos de análise: 1) a perda de visão – lutar quando tudo parece adverso; 2) aprender braille – difícil para uns, menos difícil para outros, fácil para ninguém. Os depoimentos mostraram a necessidade de pensar a educação de pessoas com cegueira adquirida, pois a dor da perda e a aceitação podem representar um processo longo, que interfere na aprendizagem da leitura e escrita braille. Este aprendizado foi um desafio para muitos dos entrevistados, que o consideraram difícil. Porém, conforme o aprendizado aconteceu, perceberam que aprender algo que se pensou impossível pode ser gratificante.