
SANTO AGOSTINHO: A RELAÇÃO MORAL COM O MUNDO NA ORDEM DO FRUI AUT UTI
Author(s) -
Carlos Eduardo Bernardo
Publication year - 2014
Publication title -
kínesis
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1984-8900
DOI - 10.36311/1984-8900.2013.v5n09.4496
Subject(s) - philosophy , humanities , physics
Tencionamos com este breve escrito abordar a questão acerca da relação do sujeito com o mundo no âmbito da ordem moral segundo a concepção que dela faz Santo Agostinho, o Mestre do Ocidente. Este tema esteve presente durante toda a carreira do bispo de Hiponaassumindo formas diversas e adquirindo nuanças distintivas de acordo com as polêmicas em que se envolvia Agostinho na defesa da fé cristã; porém, acreditamos que a concepção de frui aut uti – segundo a formula latina: uso e fruição – perpassa basicamente toda a sua produção teóricoliterária, e, se inscreve na construção agostiniana de uma ordem moral, ética cristã, ordem que abarca todas as relações, transpessoais, interpessoais, e, por fim, subpessoais, noutras palavras,esta ordem envolve todas as relações possíveis ao homem, segundo o Bispo de Hipona, a relação entre o homem e Deus, entre homem e seus semelhantes e entre o homem e as demais criaturas. Para a consecução deste projeto efetuaremos uma análise exegética de De Doctrina Christiana (I. 20,22), buscando subsídios noutros escritos de Agostinho, sobretudo Confessionee De Civitate Dei2 através dos quais pretendemos legitimar através do itinerário deste escrito a atualidade da tese agostiniana tendo em vista os graves distúrbios na ordem das relações facilmente detectáveis na Modernidade. Embora saibamos a grandeza das dificuldades implícitas em semelhante proposta e nas discussões dela decorrentes.