
PENÉLOPE, TECELÃ DE ENGANOS
Author(s) -
Raquel Efraim
Publication year - 2014
Publication title -
kínesis
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1984-8900
DOI - 10.36311/1984-8900.2012.v4n08.4490
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O presente artigo intenta expor uma leitura diferenciada daquela tradicional em relação à participação feminina na sociedade políade. Para tanto, a figura de Penélope,personagem essencial da obra homérica Odisseia, será analisada e servirá como exemplo de esposa cidadã da pólis grega. De acordo com a pesquisa feita, o tecer, que contém um vínculo etimológico com a palavra “texto”, aparece, como uma possibilidade de palavra feminina, uma amplificação da voz das mulheres na antiguidade, assim como, uma forma de participação exterior ao âmbito doméstico – ambiente a que essas são usualmente ligadas. O que muitas vezes faz passar o discurso despercebido são algumas relações indiretas e, nem por isso inexistentes, de integração; há um entrelaçamento entre a pólis e o oikos, o espaço público não apenas se opõe ao privado, mas este é integrado ao domínio público, ou seja, a pólis. A figura da mulher tecelã é portanto invocada como uma forma de representação mais ativa do feminino, atrelada a imagem da aranha - da forma que foi descrita por Aristóteles -, destoante da associação que predomina em toda a documentação grega entre a mulher e a abelha.